Agência EFE
WASHINGTON - Cada vez mais crianças e adolescentes acabam expostos, geralmente de forma acidental, a material pornográfico enquanto navegam pela internet, diz uma pesquisa publicada nesta terça-feira.
Segundo o trabalho, 42% dos usuários entrevistados, de 10 a 17 anos, afirmou ter topado com pornografia enquanto navegava pela rede mundial de computadores nos últimos 12 meses.
Já 66% disseram que não buscavam nem queriam ver esse tipo de material.
Quando esta pesquisa é comparada com outra de conteúdo similar realizada entre 1999 e 2000 se constata que o número de pessoas nesta faixa etária que topam com material pornográfico no espaço virtual aumentou 25%.
O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de New Hampshire entre março e junho de 2005, definiu o material pornográfico na rede como 'imagens de pessoas nuas ou de pessoas realizando atos sexuais'.
- É algo muito comum, com quem não aconteceu algo assim? - perguntou Emily Duhovny, um estudante de 17 anos que afirmou que as imagens aparecem automaticamente.
- Fiquei envergonhado quando as vi pela primeira vez, mas agora, acima de tudo, me parecem incômodas - declarou.
Um terço dos jovens pesquisados de 16 a 17 anos disse que visitou de propósito páginas com conteúdo para adultos. Entre as meninas desta mesma idade apenas 8% afirmam ter feito isto.
Já 34% do total de pesquisados dizem ter visualizado material pornográfico sem que buscassem isto, apesar de alguns terem reconhecido ter procurado este tipo de material em outras ocasiões.
A pesquisa também revelou que os usuários encontraram este material fazendo um uso 'normal' da internet, o que inclui conversar por programas de bate-papo ou participar de jogos on-line.
Os pesquisadores dizem que 'os filtros e o bloqueio de certo software podem ajudar a prevenir estes episódios, embora não seja cem por cento efetivo'.
Da mesma forma, eles afirmam que para evitar se deparar com este material ainda faltam 'melhores métodos para restringir o uso das táticas agressivas do marketing pornográfico'.
Sharon Hirsch, psiquiatra da Universidade de Chicago, afirmou que "as crianças estão vendo coisas para as quais não estão preparados e a pornografia pode lhes causar traumas'.
- Este material pode afetar a percepção do que são relações sexuais sadias e sem risco - declarou Janis Wolak, a principal autora do estudo.