Agência EFE
BEIRUTE - O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, pediu esta noite aos libaneses que mantenham a unidade, para cumprir as aspirações do seu antecessor, Rafik Hariri, na véspera do segundo aniversário de seu assassinato.
Siniora fez este pedido em um discurso de homenagem a Hariri, transmitido pela televisão libanesa.
Hariri morreu em 14 de fevereiro de 2005, em um atentado com carro-bomba em Beirute. Outras 22 pessoas também morreram, dentre as quais o deputado Bassel Fleihan.
- O povo libanês é mais forte que qualquer crise, e ninguém poderá quebrar sua vontade - afirmou o primeiro-ministro, que lembrou o trabalho feito por Hariri e 'pelos outros mártires da independência'.
Siniora, que era considerado o braço direito de Hariri, advertiu: "Não permitiremos, seja qual for o preço, que o Líbano chegue a ser cenário de conflitos. Nosso lema é o diálogo, e a vontade de viver juntos'.
- Atuaremos com sabedoria, para superar a crise e as divisões - indicou o chefe do Governo, em alusão à divisão política - entre anti-sírios e pró-sírios - que atualmente afeta a sociedade libanesa.
Ele lembrou que, assim como nos tempos de Hariri, seu Governo atua para estender a autoridade do Estado a todo o território libanês, incluindo as Fazendas de Chebaa, único território que Israel não abandonou quando se retirou do sul do Líbano, em maio de 2000, após 22 anos de ocupação.
"A morte de Hariri e de todos os mártires da Independência nos dão a certeza de que sairemos da crise', assinalou Siniora.
"O Líbano é o país da liberdade e dos direitos do homem', acrescentou.
Pouco depois do discurso de Siniora, as 'Forças do 14 de Março' (coalizão anti-síria, à qual Siniora pertence) divulgaram um comunicado, no qual pediram aos libaneses que participem amanhã, quarta-feira, de uma concentração por ocasião dos dois anos do assassinato de Hariri.
Essa grupo político responsabilizou a Síria pelos dois atentados realizados esta manhã contra ônibus no nordeste do Líbano, que deixaram 3 mortos e 20 feridos.
Pediu ainda à oposição, pró-síria e liderada pelo grupo xiita libanês Hisbolá, que retome o diálogo nacional.