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Blair: tropas britânicas ficam no Afeganistão até o fim do trabalho

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Agência EFE

LONDRES - O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, afirmou nesta quarta-feira que as tropas do Reino Unido continuarão no Afeganistão 'até o trabalho ser concluído', enquanto defendeu o aumento da segurança na fronteira com o Paquistão.

Em entrevista coletiva conjunta com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, após a reunião mantida pelos dois na residência oficial de Blair, o líder trabalhista britânico destacou o "extraordinário progresso' conseguido no país asiático nos últimos anos.

No entanto, reconheceu os 'difíceis desafios' que as autoridades do país afegão ainda tem que enfrentar, pois aumentaram os confrontos com os talibãs nas últimas semanas.

- Ainda temos que enfrentar a tentativa dos inimigos do progresso no Afeganistão de tentar empurrar o país de volta ao passado. Não devemos permitir nunca que (o país) retroceda - declarou Blair.

O Reino Unido, continuou o primeiro-ministro, tem 'um tremendo interesse' em melhorar a segurança na fronteira com o Afeganistão, "pois são os soldados britânicos que estão lutando no sul do Afeganistão, justamente para garantir que o terrorismo não volte'.

- Certamente queremos ver uma melhora da segurança na fronteira entre Afeganistão e Paquistão. Este é o objetivo do diálogo contínuo que temos com o Paquistão - declarou.

Blair disse que a mensagem transmitida às autoridades de Islamabad é que 'fechem as possibilidades de qualquer apoio procedente do Paquistão' para os talibãs.

Karzai, por outro lado, reconheceu que restava 'um longo caminho a ser percorrido', mas disse que 'com a cooperação' que o Afeganistão está alcançando de seus vizinhos, 'esta luta poderá ser vencida logo'.

Entre os avanços registrados no Afeganistão desde 2001, quando o Governo talibã foi derrubado por uma força liderada pelos EUA, Blair citou o retorno da meninas à escola e um crescimento da Economia.

Apesar de as tropas britânicas terem que desenvolver 'um trabalho duro e difícil', ele expressou sua disposição de fazer todo o possível para que a missão no sul do país 'tenha êxito'.

O Reino Unido vai aumentar sua presença militar no Afeganistão com o envio de mais 800 soldados para o Afeganistão, que se juntarão aos 5.500 militares britânicos posicionados no país.

Os reforços irão para a província de Helmand (sul), área que abriga grande parte das tropas britânicas e que reúne um grande perigo, pois ali operam talibãs, supostos membros da rede terrorista Al Qaeda e traficantes de droga.

Foi nesta região que perderam a vida a maior parte dos 46 soldados das Forças Armadas britânicas que atuavam na ocupação do Afeganistão pela coalizão liderada pelos Estados Unidos.

A reunião aconteceu após um centro de estudo sobre questões ligadas a segurança e desenvolvimento criticasse hoje em Londres a atual estratégia internacional no Afeganistão.

O centro 'The Senlis Council' publicou hoje um relatório no qual advertiu que os esforços internacionais para a estabilização no Afeganistão devem se concentrar mais no apoio econômico e humanitário dos afegãos que na luta armada contra os talibãs.

No entanto, Blair e Karzai disseram que estes objetivos não podem ser alcançados um em detrimento do outro.

- Sem tomar ações para melhorar a segurança não serão alcançadas as capacidades para conseguir o desenvolvimento e a reconstrução - declarou Blair.

Karzai, por outro lado, afirmou que 'a luta contra o terrorismo deve continuar para que o Afeganistão floresça como Economia e como país com melhores esperanças para um amanhã próspero'.