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Governo de emergência palestino criado por Abbas toma posse

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Agência EFE

RAMALA - O novo Governo de emergência palestino, criado por iniciativa do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e liderado pelo economista independente Salam Fayyad, tomou posse neste domingo em Ramala.

Fayyad acumulará o cargo de chefe de Governo com os de ministro das Finanças e de Assuntos Exteriores.

Entre os doze ministros deste gabinete de 'tecnocratas e independentes', como definiu a Presidência, há duas mulheres: Lamis Alami, que ficará com a pasta da Educação e de Cultura, e Kholoud Daibes, que é cristã e será ministra de Turismo e Assuntos da Mulher.

Há outro cristão no Governo, o titular de Agricultura e Administrações Locais, Ziad Albandak.

Os membros do novo Governo palestino de emergência tomaram posse em cerimônia que aconteceu ao meio-dia na Muqata, sede da Presidência, em Ramala.

Ao aceitar o cargo, Fayyad se dirigiu aos palestinos de Gaza e disse: 'estão em nossos corações e nunca os deixaremos sozinhos'.

Prometeu também que o novo Governo 'fará tudo o que puder para garantir as necessidades básicas' da população de Gaza.

No entanto, o novo Governo dificilmente terá autoridade sobre a Faixa de Gaza, tomada pelo grupo islâmico Hamas na quinta-feira passada. Fayyad também ordenou o bloqueio das contas do anterior Executivo de união nacional, no qual o Fatah trabalhava com o movimento islâmico.

Abbas assinou um decreto autorizando a formação do Governo sem aprovação do Parlamento - no qual o Hamas tem maioria -, e a lei permite manter um gabinete de emergência durante três meses sem passar pelo Legislativo, e durante seis com o consentimento da Câmara.

O presidente e líder do movimento nacionalista Fatah dissolveu há três dias o Governo de união nacional, no qual seu partido estava integrado com o Hamas, depois que este tomou o controle da Faixa de Gaza após cinco dias de combates.

O primeiro-ministro do gabinete de unidade, Ismail Haniyeh (do Hamas), não acatou a decisão presidencial e, após a formação do Executivo de emergência, há de fato dois Governos nos territórios palestinos, um na Faixa de Gaza e outro na Cisjordânia.

A administração de Gaza terá que funcionar com graves dificuldades financeiras, pois, além do congelamento das contas ordenada por Abbas, os Governos ocidentais devem retomar as ajudas diretas ao novo Executivo em Ramala, enquanto manterão o boicote ao Hamas.

O Governo de emergência é liderado por Fayyad, de 55 anos, um economista independente, embora proceda do Fatah, e com reputação internacional devido a seu trabalho no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI).

Fayyad foi ministro das Finanças no Governo de união nacional e já tinha conseguido uma aproximação aos ocidentais.

Em seu discurso, Fayad prometeu trabalhar com retidão pelo bem dos palestinos.