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Reunião do G4 fracassa e põe em risco futuro de Doha

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REUTERS

POTSDAM - As negociações entre Brasil, União Européia, Estados Unidos e Índia na Alemanha, destinadas a aproximar as posições dos países para que um avanço na Rodada de Doha fosse possível, fracassaram nesta quinta-feira, colocando novamente em dúvida o futuro da rodada de liberalização comercial.

Sem um acordo entre os países do chamado grupo G4 de potências comerciais, a Rodada de Doha pode ficar congelada por vários anos, disseram autoridades e diplomatas.

- Potsdam não foi muito bem-sucedida - afirmou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, durante uma entrevista coletiva conjunta com o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, depois que a reunião foi encerrada, antes do previsto.

Uma porta-voz do Ministério do Comércio indiano afirmara pouco antes que a reunião do G4 havia fracassado, confirmando que não houve acordo entre as posições dos países.

Celso Amorim afirmou que os temas agrícolas, incluindo a discussão sobre o tamanho dos cortes nos subsídios que têm provocado distorções no comércio destes produtos, novamente foram o motivo do fracasso da conversação.

- As conversas terminaram sem um acordo - disse uma autoridade do bloco europeu.

Os representantes dos países do G4 estavam reunidos em Potsdam, no palácio Schloss Cecilienhof, onde líderes aliados se reuniram para discutir o futuro da Alemanha após a 2a Guerra Mundial.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, havia alertado antes do encontro que, sem um avanço crucial nas posições dos países, a Rodada de Doha, lançada há mais de cinco anos, poderia ser deixada de lado por vários anos.

A representante comercial dos EUA, Susan Schwab, havia afirmado antes da reunião que o G4 poderia fazer 'avanços dramáticos', o que não acabou sendo possível.

No entanto, Kamal Nath, ministro indiano, questionado durante a entrevista coletiva sobre se o fracasso das conversas do G4 significava o fim da rodada, respondeu que 'não'.