Agência EFE
NOVA DÉLHI - Duas mulheres pediram e obtiveram proteção policial após terem se casado em um templo hindu de Nova Délhi, capital da Índia, onde o homossexualismo é punido no código penal, informou nesta quarta-feira a agência indiana 'Ians'.
Geeta e Babli se casaram na segunda-feira, após se conhecerem há dois anos e terem se tornado 'melhores amigas', disse a primeira.
Segundo a jovem, suas famílias 'brincavam freqüentemente' com elas, dizendo que já 'tinham se casado', devido à sua íntima relação, o que ajudou a fortalecer os laços que as uniam.
- Estamos comprometidas só com a outra e permaneceremos sempre juntas em qualquer situação - afirmou Geeta.
A mãe da jovem, no entanto, acredita que sua filha foi 'enganada'
por Babli, que teria pedido à família 200 mil rúpias (cerca de US$ 5 mil) para não arruinar a vida de Geeta.
A Polícia indiana concedeu às jovens a ajuda que haviam pedido, temendo possíveis represálias familiares, mas ainda não foi registrada nenhuma denúncia contra elas, segundo a 'Ians'.
Na Índia, o homossexualismo é ilegal e punido com até dez anos de prisão, segundo o artigo 377 do Código Penal indiano, que torna este tipo de relações uma 'ofensa criminal'. O casamento das jovens é o primeiro deste tipo na capital indiana.
- Os indianos desaprovam o homossexualismo, pois o casamento é o mais importante para eles. Mas quando vêem que não há outro remédio, querem que os homossexuais se casem, e isso passará em pouco tempo - disse em junho à Efe Gautam Bhan, um dos organizadores do QueerFest'07 em Nova Délhi.
O festival, realizado em 2 de junho e do qual participaram cerca de 3 mil pessoas, foi considerado a primeira manifestação pública dos homossexuais como coletivo na conservadora sociedade indiana.