Agência AFP
BUENOS AIRES - Pelo menos 20 pessoas já morreram vítimas da onda de frio que atinge a Argentina desde segunda-feira e que agravou, nesta quarta-feira, a crise do setor energético, com novas restrições no fornecimento de gás e eletricidade no país. A lista de mortos está aumentando com o passar das horas. As baixas temperaturas bateram recordes históricos, no inverno mais cruel que os argentinos já viveram, segundo o Centro de Pesquisas do Mar e da Atmosfera.
O governo acentuou as restrições no fornecimento de gás e eletricidade que já afetavam cerca de 4.700 indústrias e ordenou a suspensão até quinta-feira da venda de Gás Natural Comprimido (GNC), um combustível mais barato, utilizado por taxistas, carros alugados e cerca de um milhão de veículos particulares.
Os motoristas de táxi enfrentam longas filas nos postos para abastecer até 40 litros por dia de nafta a preço de GNC, uma medida de emergência lançada por duas companhias de petróleo na terça-feira e que vai até sexta-feira, quando a onda de frio deve passar.
A menos de quatro meses das eleições gerais e a dias do lançamento oficial da candidatura à presidência da primeira-dama, Cristina Fernández, o governo tenta evitar medidas impopulares e reforçou a importação de energia da Bolívia, do Brasil e do Paraguai para remediar a situação.
Além disso, interrompeu o fornecimento de gás para o Chile. Em meio à onda de frio e com temperaturas de - 5°, a cidade turística de Bariloche (1.600 quilômetros ao Sul) sofreu um apagão de 16 horas por um curto-circuito na única linha de alta tensão que abastece a cidade, de 100 mil habitantes, em plena temporada de esqui.