Agência EFE
NAÇÕES UNIDAS - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou hoje que ficou 'fortemente decepcionado' com as centenas de detenções ocorridas no Paquistão após a declaração do estado de exceção.
Ele pediu ao Governo que 'retorne à ordem democrática'.
A porta-voz da ONU, Michèle Montas, disse hoje que Ban 'está profundamente preocupado com os recentes acontecimentos no Paquistão e a imposição de medidas de exceção' anunciadas no sábado pelo presidente do país, o general Pervez Musharraf.
- O secretário-geral pede às autoridades paquistanesas que libertem os detidos imediatamente, eliminem as restrições impostas aos meios e retornem à ordem democrática - afirmou.
A porta-voz mencionou especialmente o caso da relatora especial das Nações Unidas sobre Liberdade Religiosa, Asma Jahangir, que está entre os cerca de 2 mil opositores, magistrados e ativistas de direitos humanos que foram detidos.
Montas acrescentou que o secretário-geral 'apela ao Governo do Paquistão para que realize eleições parlamentares tal como estavam programadas'.
A declaração de Ban se soma à da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Louise Arbour, que hoje se mostrou 'alarmada' com a suspensão dos direitos fundamentais e da imposição do Estado de exceção no Paquistão.
- O estado de emergência só deveria ser utilizado para lidar com ameaças extremas para a segurança nacional, e não para prejudicar a integridade e a independência judicial - disse.
O Conselho de Segurança da ONU decidiu não tocar, por enquanto, na crise paquistanesa, segundo o embaixador dos Estados Unidos no organismo internacional, Zalmay Khalilzad.
Ao sair de uma reunião do órgão executivo, o diplomata americano afirmou que nenhum dos 15 membros tinha abordado o tema nem expressado interesse em fazê-lo 'por enquanto'.