REUTERS
ISLAMABAD - A ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto disse nesta quarta-feira que os simpatizantes da oposição iniciarão uma longa marcha a partir de Lahore no dia 13 de novembro se o presidente do país, Pervez Musharraf, não abandonar o comando das Forças Armadas.
Bhutto desafiou Musharraf depois de realizar uma consulta com os líderes da oposição sobre a estratégia a ser adotada a fim de obrigar o presidente a suspender o estado de emergência decretado no sábado.
- Se as exigências não forem atendidas até 9 de novembro, iniciaremos uma longa marcha de Lahore, no dia 13 de novembro, e então realizaremos uma mobilização em Islamabad - disse a repórteres Bhutto, líder do Partido do Povo Paquistanês (PPP), o maior da oposição.
- O presidente Musharraf deveria honrar o compromisso assumido diante da Suprema Corte e a promessa feita ao Partido do Povo Paquistanês durante nossas negociações. Ele prometeu que deixaria o posto militar até 15 de novembro - afirmou Bhutto.
- Antes de 15 de novembro, a comissão eleitoral do Paquistão deveria anunciar datas de eleições e os juízes, advogados e ativistas políticos deveriam ser libertados - acrescentou.
Centenas de milhares de simpatizantes deram as boas-vindas a Bhutto quando a ex-premier regressou a Karachi no dia 18 de outubro, colocando fim a mais de oito anos de exílio voluntário.
Mas o clima de celebração durou pouco. Um atentado suicida realizado perto do comboio que a transportava matou ao menos 139 pessoas.
Musharraf prometeu que Bhutto não seria processada devido a antigas acusações de corrupção que, segundo a ex-dirigente, surgiram devido a motivações políticas.