Agência AFP
CARACAS - Dezenas de milhares de estudantes venezuelanos se concentraram nesta quarta-feira em Caracas, com demonstrações a favor e contra a reforma socialista à Constituição, que será submetida a referendo no dia 2 de dezembro.
Vestidos com camisetas vermelhas e bonés com inscrições "Sim" e "Si-go com Chávez", dezenas de milhares de jóvens que apóiam o governo concentraram-se na praça da Venezuela, em Caracas, para uma passeata de cerca de 5 quilômetros até o palácio presidencial de Miraflores, onde o presidente venezuelano Hugo Chávez os receberá com um discurso, ao retornar da viagem feita à Ásia e Europa.
Do outro lado, milhares de estudantes contrários à proposta de modificar a Carta Magna de 1999 encheram a Praça de Chacaíto, Leste de Caracas. - Não, não queremos uma ditadura como a cubana! - diziam, repetindo também um "por que não se cala?", ritmado, em alusão ao bate-boca de Chávez com o rei da Espanha.
Comemora-se nesta quinta-feira na Venezuela o "Dia do Estudante" - aniversário das greves estudantis iniciadas em 1957 e que culminaram com a derrubada do ditador militar Marcos Pérez Jiménez, em janeiro de 1958.
Emilio Negrín, presidente da União Bolivariana de Estudantes (UBV), afirmou que mais de 90% dos estudantes apóiam a reforma constitucional.
No entanto, nas eleições de sexta-feira na Universidade Central da Venezuela, cenário de recentes incidentes de violência, a oposição arrasou as forças governistas com mais de 8.000 votos estudantis contra a reforma e 2.000 a favor.