Agência JB
LONDRES - O comissário da polícia de Londres, Ian Blair, sobreviveu nesta quinta-feira à votação de uma moção de censura ligada à morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto ao ser confundido com um homem-bomba em 2005.
Depois de uma audiência especial com debates acalorados da Autoridade da Polícia Metropolitana, com duração de quatro horas, os integrantes rejeitaram a moção por 15 votos a 7.
Blair, que se manteve praticamente em silêncio e ouviu a fortes críticas sobre o modo como dirigiu a maior força policial do país, afirmou estar satisfeito com o apoio da autoridade.
'Gostei de ouvir tudo aquilo', disse ele à entidade, que poderia ter dado início a um processo pelo afastamento dele se a medida tivesse sido aprovada. 'Espero que isso ponha fim aos meses de especulação.'
No dia 1o de novembro a força policial comandada por Blair foi considerada culpada do episódio, num julgamento incomum sob a legislação de segurança e saúde do trabalho.
A corporação foi considerada culpada de pôr o público em risco quando atirou no eletricista Jean Charles dentro de um trem do metrô. Nenhum policial foi punido individualmente pela morte.
Os policiais acharam que Jean Charles era um dos quatro homens que haviam tentado detonar bombas contra o sistema de transporte londrino no dia anterior.
Uma organização independente criticou Blair por ter tentado impedir, de início, a realização de investigações sobre a morte. Desde que virou comissário da polícia de Londres, Blair vem recebendo forte pressão para deixar o cargo. As pressões cresceram ainda mais depois do julgamento.
O governo, do Partido Trabalhista, vem apoiando Blair, ao contrário dos conservadores e liberal-democratas, da oposição.
A família de Jean Charles, que assistiu à audiência, disse acreditar que a posição de Blair era insustentável e que uma votação em linhas políticas não resolveria o problema.