Agência EFE
BRUXELAS - O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, afirmou hoje ao Parlamento Europeu que o risco de uma guerra civil no Iraque foi superado.
- Agora não há mais iraquianos que queiram uma guerra civil, ou com uma agenda terrorista, violenta ou para atuar como milícias', disse Maliki - que disse que a violência interna 'vem agora exclusivamente dos terroristas ligados à Al Qaeda'.
- Ao impedir a guerra civil, espantamos o fantasma de um Iraque dividido em três partes', afirmou o dirigente iraquiano, acrescentando que a violência procede agora apenas de terroristas da Al Qaeda, sem apoio entre a população local.
- Durante um tempo, pensávamos que não poderíamos vencer os terroristas, que o Iraque se dirigia ineludivelmente para uma guerra civil. Hoje estamos mais próximo do que nunca de vencer a Al Qaeda', disse o primeiro-ministro, em seu comparecimento diante da Comissão de Assuntos Exteriores do Parlamento Europeu.
Apesar de seu otimismo em relação à situação interna, Maliki advertiu que uma retirada abrupta das tropas americanas no Iraque levaria ao 'caos', apesar de ter se mostrado certo de que, quando isso acontecer, a saída será 'estruturada e programada'.
Maliki atribuiu a melhora na situação interna à 'bem-sucedida'
estratégia de reconciliação nacional dirigida por seu Governo, e às novas leis que permitem reintegrar socialmente os membros do antigo partido único Baath e os milicianos que estiveram combatendo nos últimos anos.
- As milícias devem se dissolver, porque não temos mais do que um Exército, o do Iraque - ressaltou o primeiro-ministro, que se referiu à recente intervenção conjunta das tropas iraquianas e americanas contra as milícias xiitas de Moqtada al-Sadr em Basra, como uma operação para 'derrotar o terrorismo'.
Sobre este ponto, deu por certo que o Exército paralelo do clérigo xiita se dissolverá, devido à influência da nova legislação eleitoral, que obriga os que querem ter acesso às instituições a prescindir deste tipo de milícia.
- Integraremos os milicianos em nossos serviços de segurança e no Exército, para oferecer-lhes uma forma de vida - disse.
Quanto às relações com o Irã, se limitou a dizer que Bagdá busca manter 'uma boa relação com todos os países vizinhos (...), baseada no respeito e na não-interferência em assuntos internos'.
Maliki deve se reunir nesta quarta-feira com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e com o alto representante para Política Externa e Segurança Comum da União Européia, Javier Solana.
O premiê defendeu estabelecer uma 'relação política' entre seu país e a UE, que permita futuras 'alianças estratégicas' sobre o gás e o petróleo iraquianos.
No entanto, antes de comparecer à Comissão de Exteriores do Parlamento Europeu, disse aos jornalistas que a de hoje não é uma visita para 'assinar convênios', mas para promover o diálogo político entre as duas partes.