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PARIS - Os sindicatos franceses promoveram grandes manifestações nacionais nesta quinta-feira para protestar contra os planos do presidente Nicolas Sarkozy de aumentar o tempo de trabalho mínimo que dá direito à aposentadoria plena. Ao mesmo tempo, pescadores bloquearam portos para protestar contra os preços dos combustíveis.
As disputas são um problema para o governo de centro-direita, que prometeu modernizar o Estado francês, marcado por altos gastos, mas que constantemente se choca com a cultura nacional de protestos.
Numa rara demonstração de unidade, os oito maiores sindicatos da França convocaram seus filiados a ir às ruas em dezenas de cidades para denunciar a decisão do governo de exigir que os empregados trabalhem 41 anos antes de se aposentar, contra os 40 anos previstos hoje.
- Quarenta anos já é tempo demais - gritaram manifestantes no início de um protesto em Paris.
- Não mexa com minha aposentadoria - gritaram outros.
Os sindicatos estimam que centenas de milhares de pessoas sairam às ruas em todo o país, mas, na fase atual, não parece haver disposição para uma greve geral.
Os transportes públicos nas maiores cidades francesas, Paris e Lyon, foram pouco afetados. A maioria dos serviços ferroviários continuou, e poucos vôos tiveram suas decolagens atrasadas.
As ferrovias do sistema SNFC disseram que 25% de seus empregados estão em greve, e a estatal de eletricidade EDF disse que 13,6% de sua força de trabalho deixou de trabalhar. As escolas também permaneceram abertas.
Mas muitos portos ficaram paralisados, em parte por uma greve de 24 horas de trabalhadores que combatem os planos de privatização de parte do sistema de docas estatal e em parte por pescadores que protestam contra a alta dos preços dos combustíveis, que penaliza suas margens de lucro.