Agência AFP
BUENOS AIRES - A justiça argentina condenou nesta quinta-feira à prisão perpétua o general da reserva Antonio Bussi, governador da província de Tucumán durante a ditadura (1976-83), e seu chfe militar, o ex-general Luciano Menéndez, pelo assassinato de um senador.
Indiciados por centenas de crimes de lesa-humanidade, Bussi, de 82 anos, e Menéndez, de 81, foram julgados pelo seqüestro, tortura e assassinato do senador peronista Guillermo Vargas Aignasse, em um processo iniciado em 5 de agosto por um tribunal federal de Tucumán (norte).
O senador e físico com militância universitária tinha 33 anos quando foi seqüestrado de sua casa, em Tucumán, na madrugada do golpe de Estado de 24 de março de 1976, diante de sua mulher e dos dois filhos pequenos, cujos depoimentos foram ouvidos no tribunal.
Antes do anúncio do veredicto, que, ao que tudo indica, condenará os militares, ambos os acusados remontaram à ditadura e às suas políticas de terrorismo de Estado, enquadrando-as em uma "guerra contra a subversão marxista".
Bussi se considerou "um perseguido político pelos derrotados do passado, em uma guerra justa e necessária", contra o que chamou "de agressão marxista e leninista".
Na terça-feira, a promotoria havia pedido "prisão perpétua em um presídio comum" para os dois réus, de modo que não possam se beneficiar da prisão domiciliar por terem mais de 70 anos.