Jornal do Brasil
LONDRES - O Reino Unido dificultará a entrada de radicais que queiram incitar o ódio no país e publicará os nomes dos extremistas que forem impedidos de entrar, anunciou nesta terça-feira a ministra do Interior britânica, Jacqui Smith.
A ministra afirmou que estas medidas são dirigidas a radicais islâmicos, grupos neonazistas e também aos ativistas violentos que defendem os direitos dos animais.
Desde 2005, o governo britânico proibiu a entrada de 230 pessoas, entre elas a do clérigo radical muçulmano libanês Omar Bakri Mohammed. Ele teve sua entrada no país negada depois dos atentados terroristas de 7 de julho de 2005, em Londres.
Segundo a ministra, agora haverá uma presunção a favor da exclusão para pessoas que fomentem, encorajem e propaguem o ódio e o radicalismo . Smith disse que através dessas novas medidas irá deter a entrada na Inglaterra daqueles que queiram propagar o extremismo e as mensagens violentas.
Entre os excluídos também está o xeque egípcio Yusuf al Qaradawi, clérigo muçulmano que defende os ataques suicidas contra Israel. Ao negar sua entrada no país em fevereiro, o ministério do Interior afirmou que o Reino Unido não toleraria a presença daqueles que quiserem justificar a violência terrorista no país.
Smith defendeu ainda a necessidade de se ampliar o período de detenção para suspeitos de terrorismo de 28 para 42 dias.
Durante o ano de 2007 foram condenadas 57 pessoas pela participação em tentativas de atentados terroristas na Grã-Bretanha.
Controle
O governo britânico apresentou em setembro deste ano um novo documento de identidade para estrangeiros de fora da União Européia (UE) que deve aumentar o controle sobre os imigrantes.
Semelhantes a um cartão de crédito, a nova identificação inclui um chip com informações pessoais, foto e impressões digitais dos imigrantes. Além disso, o novo documento carrega detalhes sobre a situação do estrangeiro, se é estudante, se pode trabalhar e há quanto tempo está na Inglaterra.
A nova identificação para os estrangeiros faz parte das medidas que procuram reduzir o número de imigrantes clandestinos presentes no país. O novo documento vai substituir vistos e carimbos nos passaportes, que estão sujeitos à fraude.
O governo britânico prevê que, dentro de três anos, todos os estrangeiros de fora da UE que queiram morar no Reino Unido solicitem o documento.
O objetivo é que até 2014, 90% destes imigrantes tenham esta identificação. O custo do processo é estimado em cerca de R$ 17 bilhões nos próximos 10 anos.
O governo diz que as duas categorias de imigrantes para as quais o documento será inicialmente emitido reúnem os imigrantes que têm mais probabilidade de infringir leis de imigração, como as que limitam a possibilidade de trabalhar no país.