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Tribunal boliviano liberta governador de Pando, acusado de genocídio

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JB Online

LA PAZ - LA PAZ - Com dois dos três votos favoráveis, um tribunal boliviano ordenou na segunda-feira a libertação do governador de Pando acusado de genocídio, em uma decisão criticada imediatamente pelo governo de Evo Morales, que denunciou uma suposta influência política no órgão judicial.

A libertação de Leopoldo Fernández, foi anunciada em tribunal da corte do distrito de Chuquisaca, que declarou procedente o habeas corpus pedido pela defesa do acusado, segundo informaram cadeias de rádio e televisão bolivianas. A decisão judicial foi enviada a Sucre, sede do poder judiciário do país. Fernández também deverá ser levado a esse departamento, onde será julgado.

Fernández é processado por ser o suposto autor intelectual do massacre de camponeses nos dia 11 de setembro, durante uma onda de protestos antigovernamentais, que deixou pelo menos 15 mortos em Pando.

Ao tomar conhecimento da situação, grupos sociais se organizaram em frente à sede da justiça local, onde Fernández ainda permanece detido.

- Não vamos deixar que o tirem. Terão que passar por cima de nossos cadáveres, declarou a irmã de um dos três estudantes que morreram no confronto entre governistas e opositores.

Por outro lado, a família e amigos do governador celebraram a sentença.

- Esta é uma mostra de que ainda há justiça na Bolívia. Um atropelo e uma vingança política do governo estão sendo retificados, declarou Diana, uma das filhas de Fernández.

A prisão e o processo do político permitiram que o governo federal tomasse o controle do distrito de Pando, enfrentando o bloqueio opositor antes das negociações cruciais, que terminaram na semana passada com um pacto político que acertou um referendo em janeiro, sobre a nova Constituição proposta por Morales.

Após o confronto do dia 11 de setembro, Morales decretou estado de sítio em Pando, ordenou a prisão do governador e escolheu um militar para ser governador interino de Pando e anunciou no fim de semana passado que ele continuará no cargo até a eleição de uma nova autoridade regional, em abril de 2010.

Para o ministro da Defesa, Walker San Miguel, a sentença não deverá ter efeito.

- As sentenças que são determinadas de maneira irregular não tem efeito, afirmou San Miguel denunciando que nem funcionários do Governo e nem da Presidência foram notificados sobre este recurso.

Com agências de notícias.