Agência AFP
BOGOTÁ - O governo colombiano afastou de suas funções três generais e 22 oficiais e suboficiais por envolvimento em execuções extrajudiciais, um expurgo que acontece em plena visita ao país da Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.
O anúncio dessas demissões sem precedentes no exército, desde que o presidente Alvaro Uribe foi eleito em 2002, foi feito na manhã desta quarta-feira pelo comandante do Estado Maior, Freddy Padilla de Leon, durante entrevista à imprensa da qual participaram também o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, e o presidente colombiano, Álvaro Uribe.
Uma investigação realizada a partir de 3 de outubro pelo exército "deixou claro que membros das forças armadas poderiam ter sido envolvidos nos assassinatos", anunciou o presidente.
- Em algumas instâncias do exército, houve negligência e falta de respeito aos procedimentos (...) permitindo que algumas pessoas pudessem estar envolvidas nos crimes - acrescentou.
O general Padilla leu uma lista compreendendo três generais, onze coronéis, três majores, um capitão, um tenente e seis suboficiais, todos demitidos de suas funções, como parte da enquete aberta pelo desaparecimento de 20 jovens dos bairros pobres do sul de Bogotá.
As autoridades destituíram o general da sétima divisão Roberto Pico Hernandez, o general de brigada José Joaquin Cortes, comandante da IIª divisão, e o general de brigada Paulino Coronado Gamez, da 30ª brigada - batalhões mobilizados nos nordeste do país.
Os jovens desaparecidos foram declarados mortos em combate nas fileiras da guerrilha no departamento Norte de Santander (nordeste), alguns dias após seu desaparecimento denunciado em Bogotá.
Essas "mortes em combate" pareceram pouco críveis a suas famílias, para quem eles não poderiam, no espaço de apenas alguns dias, se somarem às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), receber um treinameto e participar das operações.