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WASHINGTON - A vitória de Barack Obama despertou no Paquistão a esperança de que os Estados Unidos se tornem menos arrogantes em relação a seu aliado na guerra contra o terrorismo e comemorem a recente volta do Paquistão à democracia liderada por civis.
- Acho que ele vai entender que o uso da força bruta só gera mais inimigos e aumenta o zona de conflito - disse Talat Massod, general paquistanês aposentado que virou analista.
- Acho que ele vai dar mais ênfase às capacidades de desenvolvimento civil - acrescentou, citando uma lei proposta pelo vice-presidente eleito, Joe Biden, que daria ao Paquistão um pacote de 'dividendos democráticos' multibilionário.
Sob a presidência do ex-chefe do Exército Pervez Musharraf, a maior parte da ajuda norte-americana foi para o Exército paquistanês. Musharraf renunciou em agosto e seu sucessor, o presidente Asif Ali Zardari, herdou uma economia à beira do colapso.
As relações entre os Estados Unidos e o Paquistão, que tem uma bomba atômica, foram complicadas por uma série de ataques norte-americanos na fronteira do país a maioria com aviões não-tripulados, que tinham o objetivo de atacar áreas militantes no Paquistão.
Os ataques ampliaram o anti-americanismo no Paquistão, logo no momento em que o governo de coalizão tenta obter apoio popular para sua própria campanha contra a militância islâmica.
- A vitória de Obama vai restaurar não somente a confiança dos norte-americanos em sua democracia, mas também a confiança do mundo na democracia deles - disse Samina Ahmed, diretora de Projetos do Grupo Internacional de Crise para o sul da Ásia.