Medvedev prevê chance de boas relações com Obama

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REUTERS

CANNES, FRANÇA - O início do governo de Barack Obama nos EUA representa uma boa oportunidade de reparar as relações entre Moscou e Washington, disse na quinta-feira o presidente russo, Dmitry Medvedev.

Em discurso no sul da França, o presidente russo deixou de lado a recente retórica belicosa e demonstrou mais otimismo com a melhoria das relações bilaterais. No fim de semana, Medvedev participa em Washington da cúpula financeira do G20.

- Desejo boa sorte ao novo presidente dos EUA, porque ele enfrenta tremendos problemas econômicos e políticos - disse ele em um evento empresarial.

- A situação no mundo irá depender muito de como o governo dos EUA lida com esses problemas.

As relações entre os dois países vivem seu pior momento desde o conflito de agosto entre a Rússia e a Geórgia, aliada do Ocidente, pelo controle da Ossétia do Sul.

Outro ponto de atrito é a possível instalação de um escudo antimísseis dos EUA no Leste Europeu, tradicional esfera de influência do Kremlin. A Rússia ameaça colocar mísseis na fronteira com a Polônia se isso ocorrer.

Medvedev disse que ele e Obama vão se encontrar em janeiro, depois da posse do novo presidente dos EUA.

- A chance de construir uma relação plena é bastante alta, no meu entender, declarou.

Na sexta-feira, Medvedev participará em Nice de uma cúpula Rússia-UE, em que deve ser discutido um novo pacto de cooperação, abandonado depois do conflito na Geórgia. A energia exportada pela Rússia é essencial para a economia européia e Medvedev prometeu continuar sendo um parceiro confiável.

- Se necessário, tomaremos as decisões de perfurar novas reservas para fornecer petróleo e gás à Europa e à Ásia, disse ele.

Ainda sobre a UE, ele declarou: - Nossas posições frequentemente coincidem, às vezes até em detalhe. Tenho certeza de que em Washington falaremos uma só língua.

Mas o presidente russo alertou contra o excesso de expectativas quanto à reunião do G20.

- O principal é que a cúpula ocorra e considere as questões mais complicadas e dolorosas, e que ofereça mecanismos para construir uma nova arquitetura financeira, disse Medvedev.