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ARAFAT - Mais de dois milhões de peregrinos muçulmanos se reuniram em torno de uma montanha a leste de Meca no domingo, no momento culminante do haj, para pedir o perdão de Deus.
Ao meio-dia (horário local) ainda havia peregrinos chegando à área repleta de milhares de barracas na planície de Arafat, 15 quilômetros a leste de Meca, onde vão orar até o pôr-do-sol.
Homens com vestes brancas sem costuras e mulheres envolvidas em véus e vestidos longos choraram de emoção sob o sol do deserto, enquanto irrigadores no alto de colunas enviavam jatos de água para refrescar. Com temperatura de cerca de 30 graus Celsius, o tempo estava brando pelos padrões sauditas.
- Estar aqui é melhor do que qualquer coisa que já vivi na vida, melhor até do que o momento em que vi meus filhos pela primeira vez- disse a secretária egípcia Rawya Mohammad.
Rawya foi uma dos muitos peregrinos que chegaram antes do amanhecer, alguns vindos a pé, outros de ônibus e milhares em qualquer veículo que puderam encontrar.
- Me sinto privilegiado. Sou um entre um milhão de muçulmanos que têm a honra de fazer a peregrinação este ano. Esta é uma recompensa- disse Omar Salah, engenheiro de 38 anos vindo do Egito.
O haj refaz o percurso seguido pelo profeta Maomé 14 séculos atrás, depois de ter tirado os ídolos pagãos de sua cidade natal, Meca, e anos depois de ter começado a convocar as pessoas a aderir à então nova fé --que hoje alcança mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Em Arafat, os muçulmanos oram por perdão e pelo bem-estar deles próprios e de outros muçulmanos.
Mas tarde, depois do anoitecer, os peregrinos irão até Muzdalifa para colher pedras com as quais, durante três dias, vão apedrejar muros que simbolizam o demônio na ponte Jamarat.