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NAÇÕES UNIDAS - Os Estados Unidos querem autorização da ONU para que haja combate a piratas não só na costa da Somália, mas também no território do país africano, segundo proposta de resolução apresentada na última quarta-feira.
Diplomatas da ONU disseram que o texto foi redigido pelos EUA e pode ser aprovado pelo Conselho de Segurança na semana que vem, quando a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, irá à entidade falar sobre África e Oriente Médio.
A onda de pirataria em uma das rotas mais movimentadas da navegação mundial provocou elevação do custo das apólices de seguro e do frete. Os piratas somalis já conseguiram milhões de dólares em resgates, e Marinhas estrangeiras enviaram embarcações à região para proteger os navios mercantes.
Os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, e da Grã-Bretanha, David Miliband, estarão em Nova York na segunda-feira e também podem participar da discussão sobre a Somália, marcada para terça-feira, segundo diplomatas.
- Há completa solidariedade do conselho e um consenso sobre a importância de lidar com o problema da pirataria e anulá-lo, e de lidar com ele usando todas as ferramentas à nossa disposição - afirmou o embaixador-adjunto dos EUA na ONU, Alejandro Wolff.
- Isso claramente implica ações no mar e, se for necessário, com o consentimento dos somalis, em terra - afirmou ele a jornalistas.
O esboço de resolução ao qual a Reuters teve acesso diz que os países, com permissão do governo somalia, 'podem tomar todas as medidas necessárias no território da Somália, inclusive em seu espaço aéreo.'
Não está claro como se daria esse consentimento somali. O país vive há 17 anos sob uma virtual anarquia, desde a queda do ditador Siad Barre.
Grupos islâmicos atualmente controlam a maior parte do sul, milícias fortemente armadas, ligadas a clãs, dominam outras áreas, e o fraco governo provisório, apoiado pelo Ocidente, tem pouca autoridade fora de Mogadício, a capital.
Também não está claro que tipo de força os países poderiam usar na perseguição aos piratas em terra firma. Tampouco se sabe se os militares dos EUA participariam diretamente dessas atividades.