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Equador: Correa nega feriado bancário e fim da dolarização

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Agência AFP

QUITO - O presidente do Equador, Rafael Correa, negou na noite desta sexta-feira, a adoção de um feriado bancário na próxima segunda, que daria início ao fim da dolarização no país.

- No dia de hoje, lamentavelmente, ocorreram vários rumores sobre um feriado bancário, a partir da próxima segunda-feira, e do fim da dolarização da economia, mas isto é absolutamente falso - declarou o presidente em entrevista coletiva, no Palácio de Carondelet.

Correa disse que "há irresponsáveis, derrotados nas urnas, que diante da grave crise que enfrentamos lançam boatos, sem nenhuma ética, para prejudicar o país, criar uma crise financeira e desestabilizar um governo de mudança".

Segundo o presidente, os boatos também são fomentados pelos bancos privados, que tentam pressionar o governo a não adotar a nova lei financeira e as reformas tributárias aprovadas pela Comissão Legislativa de transição.

A nova legislação prevê um maior controle das autoridades reguladoras sobre os bancos privados. A dolarização foi adotada em março de 2000, para conter a grande desvalorização do sucre (moeda nacional que desapareceu) e a disparada dos preços.

No início da semana, o Equador declarou moratória técnica do pagamento de US$v 30,5 milhões em juros de seus bônus Global que venciam no dia 15 de dezembro, após anunciar que não pagaria parte da dívida externa do país.

Vencia também na segunda-feira o prazo de depósito de US$ 30,4 milhões referentes aos bônus Global 2015, que igualmente foi ignorado. Com isso, o total do calote chegou a US$ 61 milhões.

Correa diz que está preparando "uma proposta de reestruturação" do débito que inclui "um ótimo desconto", e qualifica "grande parte da dívida" externa de "imoral e ilegítima...".

Na sexta-feira passada, o presidente socialista decretou oficialmente a suspensão do pagamento de quase 40% da dívida externa equatoriana, alegando "irregularidades" no momento de sua renegociação.