Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil está disposto a reforçar os cofres do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que a instituição ajude os países emergentes a enfrentarem a crise, desde que haja folga nas reservas brasileiras. E reiterou que não quer continuar utilizando apenas o dólar como moeda de referência internacional.
Estas declarações foram dadas por Lula a jornalistas que o acompanhavam na viagem de trem de Paris para Londres, onde se inicia quinta-feira a conferência de cúpula do G-20, reunindo chefes de estado de países ricos e emergentes, para equacionamento de soluções para a crise econômica mundial.
Em Paris, após encontrar-se com o presidente Nicolas Sarkozy, Lula afirmou que as decisões do G-20 terão caráter político. Os dois chefes de Estado chegam ao encontro com a proposta afinada de um sistema mundial mais regulado, em oposição à postura de Obama, que enfatiza soluções para as economias nacionais.
Lula disse que tanto ele quanto Sarkozy estão de acordo quanto ao controle dos paraísos fiscais.
É inadmissível que, em um planeta Terra com mais de 1 bilhão de pessoas vivendo abaixo do nível da pobreza, alguém se dê ao luxo de tirar dinheiro do setor produtivo para colocá-lo no setor especulativo. Estamos de acordo com o fortalecimento das instituições financeiras multilaterais para conceder mais recursos aos países pobres enfatizou
Lula admitiu que esse tema enfrenta resistência no G-20 e que será um assunto difícil de se tratar na cúpula desta quinta-feira, exigindo coragem e compreensão para entender que as grandes decisões serão de caráter político.