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WASHINGTON - Supostos comandos estrangeiros atacaram com helicópteros um carro no sul da Somália, nesta segunda-feira, e mataram um dos militantes mais procurados da região, afirmaram testemunhas e uma fonte do governo somali.
Saleh Ali Saleh Nabhan, de 28 anos e origem queniana, era procurado pela explosão de bombas em um hotel e por um simultâneo ataque com míssil, este frustrado, contra um avião comercial israelense que decolava do aeroporto de Mombasa, no Quênia, em 2002.
Uma importante fonte do governo somali disse à Reuters que o fugitivo estava no carro com outros insurgentes islâmicos quando eles foram atacados perto do vilarejo Roobow, no distrito de Baraw, 250 quilômetros ao sul da capital Mogadíscio.
- Nabhan e outros quatro comandantes estrangeiros de grupos militantes morreram na ação - disse a fonte.
- Esses jovens combatentes não têm as mesmas habilidades que seus colegas no Afeganistão ou de outros locais no que diz respeito a ataques aéreos estrangeiros - acrescentou a fonte do governo.
- Eles estão confusos agora. Espero que o mundo aja.
Um homem da região que estava no local afirmou que os comandos estrangeiros que executaram a ação usavam bandeiras francesas nos ombros de seus uniformes. O porta-voz do Ministério da Defesa da França, Christophe Prazuck, negou que soldados franceses estejam envolvidos.
- Não temos nenhuma presença militar na região... não há forças naquele território - disse Prazuck em Paris.
Agências de segurança ocidentais dizem que o país falido do Chifre da África tornou-se um lugar seguro para militantes, incluindo para jihadistas estrangeiros, que o utilizam para tramar ataques na região e além.
Acredita-se que Nabhan era o proprietário do caminhão usado no ataque a bomba contra um hotel israelense na costa queniana que matou 15 pessoas, e que tenha fugido para a Somália depois disso.
Diversos moradores de Barawe afirmaram que Nabhan foi morto no ataque, mas recusaram-se a ser identificados por temerem represália.
As forças francesas fizeram operações militares na Somália no passado para resgatar cidadãos franceses mantidos por rebeldes e piratas.
A violência matou mais de 18 mil somalis desde o início de 2007 e levou mais 1,5 milhão a abandonar suas casas.
Isso deflagrou uma das piores emergências humanitárias do mundo, com o número de pessoas precisando de ajuda saltando 17,5 por cento em um ano para 3,76 milhões ou metade da população.