Agência ANSA
CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI pediu hoje que as autoridades civis atuem com "justiça e solidariedade" em relação àqueles que "abandonam sua terra" impulsionados pela pobreza, fome, catástrofes naturais e degradação ambiental.
O apelo do Pontífice é feito em meio a uma onda de violência na Calábria envolvendo imigrantes africanos, a polícia e a população local. Os confrontos já deixaram 67 feridos.
O líder católico também defendeu os direitos dos cristãos que vivem em países de maioria muçulmana no Oriente Médio e que têm seu direito à "liberdade religiosa" atingido de "várias formas".
A esse respeito, Bento XVI lembrou o próximo Sínodo dos bispos do Oriente Médio, que será realizado no segundo semestre de 2010. A conferência terá o propósito de "oferecer um apoio" aos cristãos que vivem na região e para "fazê-los sentir a proximidade dos irmãos na fé".
Na semana passada, membros da minoria cristã copta no Egito foram alvo de um ataque. Cristãos ortodoxos de Nag Hammadi, no sul do país, celebravam a festa de Natal na igreja local quando homens em um veículo abriram fogo contra eles.
Em discurso feito hoje aos diplomatas credenciados no Vaticano, o Pontífice ressaltou que "todo esforço" deve ser concretizado para evitar a "tentação da violência e da intolerância". O papa classificou de "deploráveis atentados" a ação empreendida contra os cristãos no Egito.
Em particular, Bento XVI se dirigiu aos "governantes e cidadãos do Iraque". Ele disse que os cristãos que vivem no país árabe também querem "contribuir" para o desenvolvimento da nação. Para isso, porém, é preciso que lhes seja assegurado "respeito, segurança e liberdade", destacou.
Ao falar aos diplomatas, o líder católico também citou o Paquistão e o Irã como países onde ainda é preciso encontrar "soluções compartilhadas" para que a minoria cristã possa conviver em paz com os muçulmanos.