Agência ANSA
ROMA - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, afirmou nesta terça-feira que o Egito não pode dizer que seus cidadãos sejam vítimas de racismo, uma vez que são "respeitados" em território italiano.
- Ninguém pode se queixar de racismo, sobretudo os egípcios que têm um número de cotas de imigração regular, que respeitam e que não causam nenhum problema à Itália - disse o chanceler em entrevista ao telejornal TG2.
Desta forma, o chefe da diplomacia italiana responde ao comunicado divulgado hoje pela Chancelaria do Egito condenando as agressões ocorridas na semana passada contra imigrantes que vivem no sul da Itália. Na nota, o país africano exigia maior proteção a eles.
Enfrentamentos protagonizados por imigrantes, a polícia e moradores locais deixaram mais de 60 pessoas feridas na cidade de Rosarno e resultaram na transferência de centenas de africanos para outros centros de acolhida.
- Explicarei aos egípcios que, como comunidade imigrada, eles respeitam habitualmente as leis - ressaltou Frattini, acrescentando que "nenhum tipo de violência como aquela que vimos nas ruas de Rosarno pode ser aceita."
No próximo sábado, o chanceler italiano, que faz um giro por sete países da África, se reunirá com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Ahmed Abul Gheit, para discutir o assunto. - Estou pronto para falar de qualquer coisa [na reunião] - assegurou Frattini.
Hoje, a delegacia da província de Reggio Calábria informou que não havia egípcios no grupo de imigrantes que estavam em Rosarno e que foram transferidos para os centros de acolhida de Crotone e de Bari.
As autoridades confirmaram, por outro lado, a presença de imigrantes de língua árabe e de religião islâmica. Frattini, contudo, negou que a ação da polícia no confronto tenha tido qualquer motivação religiosa. - O problema das minorias árabes nunca foi evocado - disse.