Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - O governo do Iêmen rejeitou domingo a oferta de cessar-fogo dos rebeldes xiitas, insistindo que a proposta deve incluir o fim dos ataques contra a Arábia Saudita. A oferta foi anunciada no sábado pelo líder dos rebeldes, Abdel Malek al Huthi, que disse aceitar os cinco pontos da proposta do governo para pôr fim ao conflito, mas que o Exército deveria primeiramente encerrar o confronto.
A proposta do governo prevê que se respeite o cessar-fogo e a abertura das estradas, a evacuação dos prédios públicos ocupados e a restituição de equipamentos militares, assim como a libertação de presos.
A exigência sobre o fim da agressão contra a Arábia Saudita teria sido acrescentada à proposta pelo governo do Iêmen depois da intensificação do conflito na fronteira.
Confronto
Pelo menos 20 rebeldes foram mortos domingo no noroeste do Iêmen, em um novo confronto com militares, horas depois do anúncio da oferta de paz dos insurgentes. Os rebeldes zaidistas, chamados de Houthi, se estabeleceram no distrito de Saada, no noroeste do país, e combatem o governo desde 2004, acusando as autoridades iemenitas de não reconhecerem sua identidade.
Segundo a Agência de Refugiados da ONU (Acnur), o confronto entre os rebeldes e o governo já causou o deslocamento de 250 mil pessoas nos últimos cinco anos.
Além da insurgência xiita, o governo combate a Al Qaeda (de origem sunita), piratas somalis em sua costa e também age em meio a uma economia decadente, baseada em reservas cada vez menores de petróleo.
No ano passado, os EUA prometeram uma nova ajuda de US$ 120 milhões ao país.