Agência AFP
LONDRES - A companhia de petróleo britânica BP, que administrava a plataforma que afundou no Golfo do México, pagará "todos os custos necessários e apropriados de limpeza" da mancha negra, afirma a empresa em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.
"A BP assume a responsabilidade da resposta ao vazamento de óleo. Nós vamos limpar", afirma o grupo no comunicado publicado em um site dedicado à gestão da catástrofe ecológica.
"A BP pagará todos os custos necessários e apropriados de limpeza", completa o texto.
Durante uma visita às costas da Louisiana no domingo, o presidente americano Barack Obama, já havia culpado a empresa britânica.
"Que as coisas sejam bem claras: a BP é responsável pelo vazamento. A BP pagará", afirmou.
O vazamento joga 800.000 litros de petróleo diários no mar.
O comunicado afirma ainda que a BP se compromete "a pagar todas as demandas de indenização legítimas e objetivamente verificáveis por perdas e danos vinculados pelo vazamento", citando em particular os danos aos bens, prejuízos às pessoas e perdas comerciais.
Segundo o jornal New York Times, a lei federal estabelece o limite de 75 milhões de dólares pela responsabilidade da BP no caso da mancha negra, fora os custos de limpeza.
Um fundo federal, alimentado por um imposto sobre o petróleo, pode cubrir até um bilhão de dólares de reparos, segundo o jornal americano.
Na véspera, Obama qualificou de "potencialmente sem precedentes" os danos ecológicos e econômicos causados pelo derramamento de petróleo na vulnerável costa do Golfo do México.
Obama, que realizava uma visita ao estado da Louisiana, atingido pela maré negra, afirmou ainda que a companhia britânica BP é claramente "responsável" pelo enorme derramamento de petróleo e deverá pagar pela limpeza.
"Então me deixem ser claros: BP é responsável por esse vazamento e vai pagar a conta", disse Obama aos jornalistas. "Mas, como presidente dos Estados Unidos, não vou economizar esforços para reagir a esta crise pelo tempo que for necessário".
Quanto aos danos causados pelo vazamento, o presidente afirmou: "Agora, eu acredito que os americanos estão cientes, certamente o povo do Golfo está ciente, de que estamos lidando com um grande e potencialmente sem precedentes desastre ambiental".
"O petróleo que ainda está vazando pode danificar seriamente a economia e o meio-ambiente de nossos estados do Golfo", explicou, acrescentando: "Isso pode durar por muito tempo. Isso pode pôr em perigo a subsistência de milhares de americanos que chamam esse lugar de casa", disse.
O presidente rebateu as críticas sobre a lenta reação das autoridades ao destacar que "o governo federal liderou e coordenou uma intervenção na qual todos os atores estão totalmente envolvidos desde o primeiro dia".
A catástrofe ambiental foi deflagrada no dia 22 de abril, com o afundamento de uma plataforma de petróleo da BP no Golfo do México.
Os fortes ventos e o mar agitado interromperam no sábado as operações dos barcos encarregados de conter a maré negra, que já alcançou a costa e ameaça se tornar uma das piores catástrofes ecológicas da história dos Estados Unidos.
Apesar de todos os esforços, "a mãe natureza não está cooperando", declarou a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano. "As condições meteorológicas impedem a queima (do petróleo) no mar, sua recuperação ou qualquer outra operação".
O almirante da Guarda Costeira Thad Allen, designado no sábado por Obama para dirigir as operações, revelou que as equipes de intervenção esperam "uma oportunidade" para retomar a queima de partes da maré negra.
Segundo Allen, as equipes trabalham contra o tempo, já que o vazamento pode aumentar e chegar "aos 16 milhões de litros por dia", algo muito superior à estimativa de 800 mil litros diários.
A BP trabalha em três frentes para deter o vazamento: seis robôs submarinos tentam fechar a válvula do poço, que pesa 450 toneladas, a companhia iniciou a perfuração de poços secundários para reduzir a pressão e injetar uma substância para fechar definitivamente o poço; e está construindo uma enorme "cúpula", de 70 toneladas, para colocá-la no fundo do mar e canalizar a saída do petróleo.