Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - Centenas de israelenses tomaram as ruas da capital, Tel Aviv, e outras cidades israelenses para marcar os quatro anos do sequestro do soldado Gilad Shalit, que é mantido prisioneiro pelo Hamas, em condições que a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) define como cruéis.
Moradores da cidade de Sderot, no sul de Israel, soltaram balões em uma colina com vista para a Faixa de Gaza, governada pelo grupo palestino, onde acredita-se que o soldado, de 23 anos, esteja mantido prisioneiro.
Em Tel Aviv, cerca de 100 ciclistas foram em comboio para as embaixadas de cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e entregaram aos embaixadores cartas pedindo que o organismo promova uma sessão dedicada a Shalit.
Manifestações em apoio ao soldado, que também tem nacionalidade francesa, foram realizadas em várias capitais europeias ao longo da semana, inclusive Roma e Paris.
Pressão
A família do soldado vai iniciar domingo uma marcha para Jerusalém, para protestar em frente ao escritório do premier Benjamin Netanyahu.
Dissemos que não permitiríamos passar mais um ano sem Gilad. Não iremos para casa sem ele disse o pai de Shalit ao jornal Haaretz.
Em comunicado, a organização Human Rights Watch disse que a detenção prolongada e sem comunicação de Shalit pode corresponder à tortura . Segundo a ONG, autoridades do Hamas estão violando as leis da guerra por se recusarem a permitir que o refém se corresponda com a família . A HRW indicou que, embora o governo de Israel tenha impedido prisioneiros da Faixa de Gaza de receberem familiares, desde que o Hamas assumiu o poder no território palestino em 2007, permite o acesso à Cruz Vermelha. Desde o sequestro, Shalit nunca recebeu a visita da ONG.
Gilad Shalit, na ocasião com 19 anos, foi capturado pelo Hamas e por outros grupos armados palestinos em uma operação que partiu da Faixa de Gaza, em 25 de junho de 2006.
Quatro anos atrás, Israel impôs um bloqueio ao enclave costeiro na tentativa de forçar a libertação de Shalit, mas abrandou as sanções esta semana, em meio à pressão internacional provocada pela mortal operação de um comando da Marinha de Israel contra uma frota humanitária.
Por outro lado, negociações para uma troca de prisioneiros intermediada por Egito e Turquia chegaram a um beco sem saída. O Hamas quer que Israel solte centenas de prisioneiros, inclusive altos militantes, em troca de Shalit, mas não reconhece o Estado judeu, o que emperra a negociação. A maioria dos israelenses é a favor da troca.
Ataque
No mesmo dia, Israel lançou o primeiro bombardeio contra Gaza, depois de ter aliviado o bloqueio à região. Os alvos eram túneis e um suposto depósito de armas no território palestino. Pelo menos duas pessoas morreram. Segundo o governo israelense, os ataques foram em resposta ao lançamento de morteiros por palestinos.