O presidente da Bolívia, Evo Morales, revelou ter pedido ao líder venezuelano Hugo Chávez para convocar uma reunião de emergência dos países do bloco sub-regional Alba, visando "tomar posição ante a agressão dos Estados Unidos" e passar "da provocação à ofensiva".
Morales falou sobre o assunto em entrevista à imprensa na residência presidencial -a segunda concedida em 24 horas.
"Propus a realização da reunião neste final de ano em Havana ou Caracas, mas a vítima, agora, é Caracas, é a Venezuela, o companheiro Chávez, o governo, o povo venezuelano", afirmou.
Morales referia-se a apelos de parlamentares americanos para aumentar a pressão sobre a Venezuela e seus aliados da Aliança Bolivariana dos Povos da América (Alba).
A influente congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen anunciou, por exemplo, na quarta-feira, que seu país apoia os venezuelanos que buscam "resgatar a democracia das garras de Hugo Chávez".
"Quando nos organizamos na Alba (e este mecanismo) vai crescendo, o império se assusta e tenta um golpe de Estado" como na Bolívia em 2008, em Honduras em 2009 ou o Equador em 2010, afirmou o governante.
"Agora, a nova doutrina do Departamento de Estado dos Estados Unidos é contra a Alba e alguns parlamentares republicanos e democratas pedem à OEA expulsar e punir os países da Alba", assinalou.
O presidente boliviano, que convalesce de uma lesão na perna, brincou com os jornalistas que está "melhorando para poder dar joelhada no império".
Num episódio curioso e de enorme repercussão na mídia, no começo de outubro, Morales, durante partida de futebol, deu um golpe baixo, uma joelhada nos genitais de um adversário, durante partida entre funcionários da presidência da Bolívia e a prefeitura de La Paz.
La Paz e Washington não têm embaixadores desde 2008, quando o representante diplomático americano foi expulso por Morales do país sob a acusação de apoiar uma conspiração da direita.