JOS - Os confrontos ocorridos no Natal no centro da Nigéria, onde convivem cristãos e muçulmanos, deixaram 86 mortos, superando em mais que o dobro as cifras fornecidas até agora, informou nesta terça-feira uma agência governamental.
A polícia, que informou sobre 35 mortos (32 na sexta-feira e três no domingo) em Jos, continua afirmando que o saldo é muito menor que o fornecido por esta entidade governamental, a Agência Nacional de Situações de Emergência, que insiste que seus dados, obtidos em hospitais, são corretos. Uma onda de enfrentamentos foi registrada no fim de semana na Nigéria e três igrejas foram atacadas no norte do país.
Jos, capital do estado de Plateau, fica no meio do caminho entre o norte predominantemente cristão e o sul, habitado majoritariamente por comunidades cristãs.
O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, prometeu no sábado que o governo faria todo o possível para que os responsáveis pela morte de "nigerianos inocentes, tanto cristãos quanto muçulmanos", fossem levados à justiça.
O papa Bento XVI denunciou no domingo a "violência absurda" contra cristãos depois dos ataques contra cristãos nigerianos.
Grupos de defesa dos direitos humanos nigerianos afirmam que mais de 1.500 pessoas foram vítimas da violência entre cristãos e muçulmanos apenas este ano.
As eleições na Nigéria estão marcadas para o mês de abril, e observadores internacionais já alertaram para um aumento da violência ligado à aproximação do pleito.