O Egito acusou este domingo um grupo radical palestino do atentado contra uma igreja copta em Alexandria, que custou a vida de mais de 20 pessoas na noite de 31 de dezembro e reavivou a preocupação com a segurança dos cristãos no Oriente.
"O grupo palestino Exército do Islã, vinculado à Al Qaeda, está por trás do atentado contra a Igreja dos Santos em Alexandria", declarou este domingo o ministro egípcio do Interior, Habib Al Adli, em discurso transmitido pela televisão estatal.
Um porta-voz do grupo radical palestino Exército do Islã desmentiu imediatamente, em Gaza, ter "qualquer relação, de perto ou de longe" com este atentado, acusando os serviços secretos israelenses.
O movimento islamita palestino Hamas, que cortou os vínculos com o Exército do Islã em 2007, defendeu, por sua vez, o grupo salafista.
"Nossos exércitos se dirigem diretamente contra o inimigo sionista e o campo da batalha com este inimigo está no interior da Palestina", disse à AFP o porta-voz, Fawzi Barhum.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, agradeceu em discurso à polícia "por ter encontrado os responsáveis pelo atentado terrorista de Alexandria", sem dar maiores detalhes.
A agência oficial egípcia Mena divulgou um balanço de 23 mortos, em comparação com os 21 anunciados até agora, deste ataque cuja autoria ainda não foi reivindicada.
Segundo um responsável pelos serviços de segurança, cinco egípcios foram detidos há dez dias em Alexandria no âmbito da investigação.
"Durante os interrogatórios, disseram que o planejamento do ataque veio do exterior", assegurou a fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.
Em seu discurso neste domingo, Mubarak afirmou: "o terrorismo não faz parte da nossa sociedade e tem a marca do exterior".
Mubarak também advertiu aos países estrangeiros, que durante as últimas semanas pediram maior proteção da minoria copta, que o Egito não aceitará "nenhuma pressão, nem ingerência" neste sentido.
As autoridades disseram no começo de janeiro que o atentado foi cometido por um desconhecido, cuja carga de explosivos estourou em frente à igreja dos Santos quando os fiéis começavam a sair, depois de uma missa de Ano Novo.
Na ocasião, Mubarak já havia responsabilizado "mãos estrangeiras" por este atentado, cometido dois meses depois de ameaças contra os cristãos egípcios, lançadas pelo grupo iraquiano da Ql-Qaeda, que reivindicou o atentado de 31 de outubro contra uma catedral de Bagdá, que deixou 46 civis mortos.
Os coptas representam entre 6% e 10% dos 80 milhões de habitantes do Egito, a maioria muçulmanos sunitas. São a minoria cristã mais importante do Oriente Médio.