SANAA - O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, cuja renúncia é exigida pelo movimento popular de protesto, assegurou nesta sexta-feira que representa "a legitimidade constitucional", em um discurso ante milhares de partidários em Sanaa.
Saleh, no poder há 32 anos, parece rejeitar assim os pedidos dos manifestantes para que renuncie. Seu mandato expira em 2013.
"Estas massas populares, estes milhões de pessoas reunidas nesta praça, vieram dizer sim à legitimidade constitucional", declarou o presidente, ovacionado por seus partidários concentrados na Praça Sabin, junto a seu palácio.
"Estas massas são as (das eleições) de 2006, que disseram sim a Ali Abdullah Saleh como presidente da República. É uma mensagem clara dirigida ao interior e exterior do país. É um referendo popular sobre (minha) legitimidade constitucional", acrescentou.
Até agora, Saleh havia dito que estava disposto a ceder o poder dentro de um processo ordenado, e respeitando a Constituição. Disse, neste sentido, que aceitava um plano de saída da crise proposto pelos países árabes do Golfo, que pedem que transfira suas prerrogativas ao vice-presidente.
A oposição parlamentar, reunida num Fórum Comum, não se pronunciou claramente sobre esse plano.
Fontes políticas de Sanaa disseram na véspera que a oposição poderia aceitar, e pedir aos países do Golfo que fixem um calendário para a entrega do poder, sem que supere duas semanas.
Por fim, oito manifestantes hostis a Saleh ficaram feridos por disparos dos partidários do governo em Taez, 200 km ao sul de Sanaa, informaram testemunhas.
Saleh enfrenta um movimento popular desde o final de janeiro. Os confrontos e a repressão já deixaram mais de 100 mortos.