A Promotoria da cidade de Grosseto vai apelar contra a decisão de manter o capitão do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, em prisão domiciliar, segundo anunciou nesta quarta-feira o procurador-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, informa o jornal italiano Corriere Della Sera.
A juíza de instrução de Grosseto, Valeria Montesarchio, decidiu na terça-feira manter Schettino em prisão domiciliar sob a alegação de que ele não apresenta risco de fuga.
A decisão foi questionada no mesmo dia por Verusio, que citou o abandono do navio por parte de Schettino para defender a tese de que ele poderia fugir novamente.
Schettino é acusado pela Promotoria de homicídio culposo múltiplo, abandono de navio e naufrágio, crimes que podem condená-lo a até 15 anos de prisão. Ele admitiu, ante a juíza Montesarchio na terça-feira, que estava no comando do navio no momento do acidente na noite da última sexta-feira.
Naufrágio do Costa Concordia
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até a tarde de terça-feira, dia 17, 11 mortes haviam sido confirmadas. Ainda há desaparecidos, e prosseguem os trabalhos de busca. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas nenhum deles está entre as pessoas não encontradas.
O navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando houve a colisão, imediatamente começando a adernar. Houve pânico e reclamações de despreparo da tripulação. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele disse que estava no comando, mas um áudio divulgado para a imprensa, em que há uma discussão entre ele e a Guarda Costeira, indica que o capitão já estava na costa no momento do resgate.