A tempestade tropical Isac causou mortes e estragos no Haiti, onde mais de 300 mil pessoas ainda vivem em abrigos temporários. Um planejamento conjunto do governo haitiano, de agências da ONU e das forças de paz no país ajudou a retirar milhares de moradores, que estavam em situação de extremo risco.
Segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM, entre as lições aprendidas após a tempestade está a questão do reassentamento dos desabrigados pelo terremoto de 2010, no Haiti.
A funcionária da OIM, Yara Costa, que assiste desabrigados em alguns acampamentos da ilha caribenha, falou sobre os desafios na retirada antes da tempestade.
"Primeiro, a gente precisa estar preparado. Isso quer dizer que a gente tem que evacuar as pessoas de maior vulnerabilidade, ou seja, crianças, mulheres grávidas, pessoas idosas, pessoas com deficiência física. E a outra grande lição é que realmente o custo dessa evacuação temporária é bem mais do que o custo que seria de providenciar moradia mais durável para essas pessoas, permanente. Ou seja, tirar definitivamente as pessoas dos acampamentos".
Yara Costa lembrou que um dos desafios para o reassentamento das vítimas do terremoto é a falta de dinheiro para a construção de novas moradias.
"A maioria das pessoas que perdeu suas moradias e que foi obrigada a se assentar nos acampamentos não tinha casa própria. E muitas dessas casas foram destruídas com o terremoto. Elas não foram substituídas por novas casas. Daí o grande problema: não tem tanta casa para tanta gente".
Segundo a funcionária da OIM, a situação já voltou a se normalizar após a passagem do Isaque, e a agência segue estudando possibilidades de reassentar os desabrigados.
Várias agências internacionais distribuíram material de emergência e kits de higiene. A estação de furacões no Haiti termina em novembro.