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Venezuelanos protestam em marcha convocada para comemorar data cívica

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Os venezuelanos saíram às ruas hoje (12), dia em que se comemora o bicentenário da chamada Batalha da Vitória, para protestar ou manifestar apoio ao governo. Considerada decisiva para a consolidação da independência do país, a batalha foi na cidade de La Victoria, que, na época, resistiu aos ataques espanhóis. A resistência foi liderada por estudantes, e por isso, agora tanto o governo quanto a oposição realizam mobilizações com foco no movimento estudantil.

Nas ruas, o clima nesta quarta-feira é tenso e é perceptível a  polarização entre oposicionistas e situacionistas. O presidente Nicolás Maduro disse que convocou a juventude socialista para uma marcha pacífica e acusou a oposição de liderar manifestações violentas.  “A direita quer encher este país de sangue e provocar uma espiral de violência. Por isso, atuaremos com máxima severidade e castigaremos os culpados de ataques fascistas. Não haverá perdão”, disse Maduro, em rede nacional de rádio e televisão.

Manifestações de protesto têm sido registradas nos últimos dias em várias regiões do país. Nas redes sociais, universitários postam fotos de manifestantes feridos, supostamente por policiais a serviço do governo. Nas mensagens postadas, os estudantes acusam a polícia de agir com violência para reprimir o movimento. A polícia diz, porém, que está sendo “provocada e pressionada” pelos manifestantes. Os estudantes têm apoio da oposição, liderada pelo governador do estado de Miranda, Henrique Capriles.

Nas redes sociais e na imprensa local, circulam informações, não confirmadas, sobre prisões arbitrárias de estudantes, enquanto o presidente Nicolás Maduro diz que continuará a prender aqueles que “não protestarem de forma civilizada e incentivarem a desordem e o caos”. Ontem (11), profissionais de comunicação protestaram por causa da falta de papel para impressão gráfica de jornais e revistas no país.

Além dos protestos de estudantes oposicionistas, desde cedo, representantes de movimentos que apoiam o governo fazem marchas na capital, Caracas, e em outras cidades. No começo da noite de hoje, haverá desfile cívico-militar para comemorar o Dia da Batalha da Vitória.

Com pouco mais de um ano na presidência, Nicolás Maduro, enfrenta problemas econômicos e protestos da oposição e de parte da sociedade, que o acusa de “incapacidade” administrativa. Maduro já anunciou uma série de medidas de proteção da economia, que incluem controle de preços e de lucros das empresas e comerciantes, bem como maior controle do câmbio.

Quanto aos protestos liderados por estudantes de oposição, o governo  disse que não aceitará que sejam expostas e veiculadas pela imprensa "cenas de violência" nas manifestações. A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) informou hoje que vai "punir os meios de comunicação que não divulgarem os protestos de forma equilibrada".

"A lei ampara a liberdade de expressão, mas alguns veículos poderão ser punidos caso realizem uma cobertura midiática que privilegie, no tempo, tratamento e linguagem, a violência daqueles que querem levar a vida pública ao caos", comentou o presidente da Conatel, William Castillo.