Pouco mais de uma semana depois de a Corte Constitucional de Uganda anular uma lei que punia homossexuais com prisão perpétua, manifestantes realizaram neste sábado (9) a primeira parada do orgulho gay do país. O ato aconteceu às margens do lago Vitória, a menos de um quilômetro do palácio presidencial de Entebbe, em meio a muita música, dança e alegria.
"Essa é a ocasião para nos reencontrarmos, já que precisávamos nos esconder por conta da legislação contra os homossexuais. Hoje é um dia de festa para nós", disse Sandra Ntebi, uma das organizadoras do evento.
A lei fora sancionada pelo presidente Yoweri Museveni em fevereiro deste ano e provocara protestos da comunidade internacional porque proibia a "promoção" da homossexualidade, obrigava os cidadãos a denunciarem gays para a polícia e estabelecia penas que iam até a prisão perpétua para quem se relacionasse com pessoas do mesmo sexo.
A Corte Constitucional justificou a anulação com o argumento de que a legislação violava diversos artigos da Carta Magna e não tinha respeitado os "procedimentos parlamentares". No entanto, o procurador-geral de Uganda, Fred Ruhinda, anunciou neste sábado que apresentou um recurso contra a sentença. (ANSA)