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Papa tira bispo paraguaio de cargo por acobertar casos de abuso sexual

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O papa Francisco ordenou que o bispo da diocese de Ciudad del Este, no Paraguai, monsenhor Rogelio Ricardo Liviere Plano, fosse removido do cargo de 'administrador apostólico' nesta quinta-feira (25). O religioso é acusado, entre outras coisas, de acobertar casos de abusos sexuais de padres e também de desviar dinheiro da diocese. Para seu lugar, o Pontífice nomeou o monsenhor Ricardo Jorge Valenzuela Rios.

    A "mudança" à frente da diocese foi anunciada por uma nota do gabinete de imprensa do Vaticano. O comunicado afirmou que a decisão foi tomada "após a apuração dos exames de conclusão das visitas apostólicas feitas ao bispo, às dioceses e aos seminários de Ciudad del Este, por parte da Congregação dos Bispos e da Congregação pelo Clero". Após a conclusão, o "Santo Padre providenciou a saída do bispo".

    A nota afirma ainda que a decisão da Santa Sé é "grave" e "inspirada no bem maior da unidade da Igreja na cidade e na comunhão episcopal do Paraguai". Também pede "a todo o clero e a todo o povo de Deus" para "acolher a decisão da Santa Sé com espírito de obediência, docilidade e alma desarmada, guiada por sua fé". O comunicado ainda convida todo o Paraguai a "um sério processo de reconciliação e superação de qualquer partidarismo e discórdia".

    A visita da comissão foi realizada no último mês de julho. Ela era guiada pelo cardeal Santos Abril y Castello e já havia proibido o bispo Plano a fazer o procedimento de ordenação de novos sacerdotes. Sucessivamente, foi removido de seu cargo o vigário geral da diocese, padre Carlos Urrutigoity, que foi acusado de abusos sexuais de menores na Pensilvânia, nos Estados Unidos.

    Na terça-feira (23), a Santa Sé anunciou a prisão domiciliar do ex-núncio apostólico na República Dominicana e ex-arcebispo de Cracóvia Józef Wesolowski, de 66 anos. Ele está respondendo acusações por abusos sexuais de menores e por ter material pornográfico infantil. Wesolowski pode pegar até 7 anos de prisão. As duas medidas fazem parte da postura de Francisco de combater a pedofilia na Igreja Católica.