Agora é oficial. O magnata Donald Trump, de 70 anos, foi proclamado nesta terça-feira (19) como candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, após uma campanha que surpreendeu o mundo inteiro e deixou para trás nomes tradicionais e ascendentes do espectro conservador da política norte-americana.
A confirmação ocorreu na segunda noite da convenção do Partido Republicano, realizada em Cleveland, Ohio, onde os delegados de cada estado formalizaram a escolha feita pelo eleitorado durante as prévias do primeiro semestre.
E coube justamente a Nova York, terra natal de Trump, o papel de dar ao bilionário os delegados que o fizeram superar os 1.237 necessário para se tornar candidato. No palco da arena, estavam os filhos do magnata Donald Jr., Eric, Tiffany e Ivanka. "Parabéns, pai, nós te amamos", disse o primeiro.
Agora, Trump espera apenas a convenção democrata, na semana que vem, para iniciar de fato a disputa eleitoral contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.
Há um ano, ninguém podia imaginar que esse momento chegaria. Muitos acreditavam que o bilionário, se apresentando como um "outsider" contra o establishment, não resistiria às primeiras prévias. Mas não foi o que aconteceu. Com um discurso nacionalista, populista e radicalmente contrário à imigração, Trump ganhou um eleitorado descontente com a política tradicional.
Ele construiu sua candidatura apoiando-se na promessa de devolver o país a um suposto tempo de glória, expressada pelo slogan "Make America Great Again" ("Fazer a América Grande Novamente", em tradução livre), e em ataques verbais a mexicanos, chineses, muçulmanos, sul-americanos e refugiados em geral.
Isso sem contar as recorrentes declarações machistas e a falta de profundidade de suas propostas, fatores que não o impediram de superar nomes como Jeb Bush, Ted Cruz e Marco Rubio, todos eles considerados favoritos em algum momento para vencer a nomeação republicana.
Mas a verdade é que a vitória de Trump, desde que ele tomou a liderança nas pesquisas, nunca esteve ameaçada, ao contrário da unidade do Partido Republicano, cuja liderança foi forçada a aceitar o magnata. Do presidente da legenda, Reince Priebus, ao presidente do Congresso, Paul Ryan, todos tiveram de engolir o sapo e garantir a candidatura de Trump, sem tentar uma cartada final para impedi-lo, como muitos esperavam.