Um tribunal da Rússia condenou a 20 anos de prisão o checheno Zaur Dadayev pelo assassinato do líder opositor Boris Nemtsov, em crime ocorrido em fevereiro de 2015.
A decisão desta quinta-feira (13) ainda condenou os irmãos Chadid e Anzor Goubachev, Khamzat Bakhaiev e Temirlan Eskerkhanov por participarem do crime em penas que variam entre 11 e 19 anos de reclusão.
O anúncio vem uma semana após o júri considerar os cinco chechenos culpados por planejar, organizar e executar o assassinato de um dos maiores expoentes da política russa. No entanto, no veredicto, o juiz reconheceu que os condenados hoje são apenas aqueles que fizeram a parte "prática" da operação, não sendo os mandantes do assassinato.
Por conta disso, os investigadores russos informaram que "continuam a recolher provas contra o organizador do homicídio", informou a porta-voz do Comitê Investigativo Russo, Svetlana Petrenko.
As autoridades trabalham com a hipótese de que Ruslan Mukhudinov, um fugitivo da Justiça, é o verdadeiro mandante da ação. No entanto, os familiares acusam o líder checheno Ramzan Kadyrov como o mentor do crime.
Tanto Dadayev como Mukhudinov faziam parte de um batalhão chamado "Sever", que é uma espécie de "corpo de guarda" de Kadyrov. Para eles, Nemtsov foi morto após um pagamento de cerca de 230 mil euros.
Após a condenação, a advogada Olga Mikhailova, que representa a família da vítima, disse que "considerando as condenações emitidas pela corte, espera-se que os mandantes serão encontrados e terão condenações mais severas, com prisão perpétua".
Já o porta-voz do governo de Vladimir Putin, Dmitri Peskov, informou que o Kremlin ficou feliz com a decisão judicial mas disse que também espera que haja a prisão dos mandantes da ação.
Físico de formação, Nemtsov tinha 55 anos quando foi assassinado durante um passeio no centro de Moscou com sua namorada. Ele foi vice-premier no governo de Bóris Iéltsin e era apontado como um herdeiro do histórico presidente. No entanto, com a ascensão de Vladimir Putin - que há 17 anos está no poder - tornou-se uma das principais lideranças contrárias ao mandatário.