Comentando a nova doutrina nuclear dos EUA, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, sublinhou o carácter contraditório da posição de Washington sobre as armas nucleares.
"Os norte-americanos, que creem que o uso de armas de destruição maciça é um crime contra a humanidade e insistem na eliminação de todas as armas nucleares no mundo, agora, ironicamente, estão envolvidos na corrida armamentista para modernizar seu arsenal nuclear a fim de usá-lo contra os adversários", disse Rouhani citado pela agência Mehr.
"Tendo em consideração essas circunstâncias, será que o país pode declarar que é tempo para a paz e coexistência pacífica e não haverá necessidade de forças de defesa?”, pergunta ele, sublinhando hipocrisia "desavergonhada" com que Washington ameaça a Rússia.
Em 3 de setembro, o ministro iraniano de Relações Exteriores, Javad Zarif, declarou que a nova doutrina nuclear dos EUA está aproximando a humanidade da destruição.
A nova doutrina, apresentada em 2 de fevereiro, descreve o mundo em tons muito mais sombrios que os documentos anteriores. Um lugar-chave no documento está reservado à Rússia, para além de todos os "suspeitos do costume", a China, o Irã e a Coreia do Norte, também serem nela mencionados.
A doutrina diz que os EUA continuarão gastando meios com a modernização das forças nucleares e o desenvolvimento dos elementos da "tríade nuclear" (mísseis intercontinentais, submarinos e bombardeiros estratégicos). Entretanto, o Pentágono frisa que, em geral, os EUA são a favor da redução das armas nucleares, mas criticam o acordo apresentado na ONU sobre a sua proibição completa, pois este não corresponde à agenda atual.