No momento de maior pressão da Argentina, o craque Lionel Messi resgatou a seleção bicampeã para garantir a classificação da equipe às oitavas de final, nesta terça-feira em São Petersburgo, após vitória por 2 a 1 sobre a Nigéria na última rodada do grupo D.
Mas o herói inesperado da partida foi o zagueiro Marcos Rojo, que fez o gol da vitória aos 41 minutos da segunda etapa e tirou o peso de uma possível eliminação sul-americana na fase de grupos.
Antes, o camisa 10 desencantou para abrir o placar com um golaço, aos 14 minutos do primeiro tempo. A partida ainda teve momentos de tensão após pênalti bobo feito por Javier Mascherano e convertido por Victor Moses aos seis da segunda etapa, colocando em risco a vaga no mata-mata até os minutos finais.
A Nigéria, que com a vitória sobre a Islândia (2-0) acabou dando sobrevida aos argentinos, acabou cavando a própria cova na competição. Em cinco duelos contra a Argentina na história da Copa do Mundo, os africanos perderam todos e terminaram eliminados na última rodada.
No outro jogo do grupo, a Croácia garantiu os 100% de aproveitamento com vitória por 2 a 1 sobre a Islândia, que acabou sendo eliminada na primeira participação do país em Copas do Mundo.
Os croatas terminaram na primeira colocação (9 pontos) e vão enfrentar a Dinamarca, segunda colocada do grupo C. Já a Argentina (4) tem o duelo de campeões mundiais contra a França.
- Messi acorda Argentina -
Impulsionado por um estádio majoritariamente vestido em azul e branco, com o astro Diego Maradona atuando como maestro da torcida nos camarotes, a Argentina se apossou da espaçonave em São Petersburgo e parecia jogar em casa.
A necessidade de vencer fez a Argentina mostrar postura diferente dos dois primeiros jogos. A equipe sul-americana iniciou a partida pressionando, mas faltava capricho na hora de definir, problema este resolvido no talento do craque Lionel Messi, aos 14 minutos.
Éver Banega fez ligação direta entre a zaga e o ataque com lançamento espetacular, nas costas da zaga nigeriana. Messi dominou com a coxa esquerda, invadiu a área e bateu cruzado com a perna direita, no alto do gol, sem chances para o goleiro.
Foi o primeiro de Messi na Copa, justamente após seu aniversário, superando um suposto período de "inferno astral" que o perseguia na competição.
A Argentina estava com outra atitude em campo, bem postada defensivamente e pressionando a marcação na saída de bola nigeriana, sufocada com a atuação de Messi e companhia. Com a bola no pé, a bicampeã via em Banega o equilíbrio que faltava no meio de campo.
Aos 31, o volante tabelou no meio de campo e deu outro lançamento espetacular, desta vez para Ángel Di María. O atacante do Paris Saint-Germain se aproximava do gol com liberdade, mas foi derrubado pelo zagueiro pouco antes de invadir a área e sofreu a falta. Na cobrança, Messi bateu com categoria e acertou o poste esquerdo de Uzoho, que encostou levemente na bola.
Por conta da intensidade argentina, a Nigéria não conseguiu impor seu estilo na primeira etapa. Destaque na vitória sobre a Islândia com dois gols, Ahmed Musa não conseguia explorar sua velocidade e as únicas idas ao ataque foram nos minutos finais, com cruzamentos para a área.
- Herói improvável -
Na volta do intervalo, no entanto, Javier Mascherano deu o presente que a equipe africana esperava logo aos três minutos. Em cobrança de escanteio, o volante agarrou Bologun dentro da área e cedeu pênalti bobo. Moses foi para a cobrança e deslocou o estreante Franco Armani para empatar o placar, aos seis minutos.
A igualdade deixou os argentinos nervosos em campo, vendo a Nigéria fazer de tudo para gastar tempo e diminuir o ritmo da partida. Além disso, a bola começou a queimar no pé e os jogadores erravam muitos passes, mostrando uma face totalmente diferente da primeira etapa e relembrando a atuação catastrófica contra a Croácia.
A equipe chegou a ficar perto de levar o segundo gol, em tentativas de Ighalo aos 29 e 37 minutos. No segunda lance, Armani saiu bem do gol e fez bela defesa, provando que pode sim ser o titular da meta argentina.
Precisando da vitória, Sampaoli colocou o time para frente em busca do tudo ou nada com Cristian Pavón, Emiliano Meza e Sergio Aguero. E o esforço foi compensado aos 41 minutos, mas dos pés de um improvável herói: o zagueiro Marcos Rojo.
Após muita pressão e chances desperdiçadas, Mercado foi à linha de fundo e cruzou com perfeição para o centro da área. Rojo bateu de primeira com o pé direito, que não é o bom, e colocou fogo no estádio São Petersburgo, tirando da Argentina o peso de uma eliminação vexatória na fase de grupos e renascendo o orgulho alvi-celeste.
O próximo duelo é contra a França, no sábado, em Kazan.
fa/am