O San Francisco Jazz Collective é um oiteto de renomados músicos mantido pela organização SF Jazz – correspondente, na California, aoJazz at Lincoln Center de Nova York. Seu espírito de corpo e conceito são similares aos do saudoso Jazz Composers Collective (1992-2005),que atuou, entre 1992 e 2005, reunindo ases da cena novaiorquina da expressão de Frank Kimbrough, Ted Nash, Ben Allison e Matt Wilson.
O SFJC celebra agora 10 anos de atuação - registrada em outros tantos CDs - com o lançamento de um álbum de tiragem limitada, intitulado SFJazz Collective: 10.
A formação inicial do oiteto – que se reúne uma vez por ano, para ensaios, concertos e gravações – era a seguinte: Nicholas Payton (trompete), Bobby Hutcherson (vibrafone), Joshua Redman (saxes tenor e soprano), Miguel Zenón (sax alto), Josh Roseman (trombone), Renée Rosnes (piano), Brian Blade (bateria) e Robert Hurst (baixo).
O nível de dream team do SFJC, em termos de instrumentistas-arranjadores, tem sido mantido, apesar de movimentações diversas desde a fundação do coletivo (20 músicos em 10 anos). Jogaram nesse time de craques, entre outros, os saxofonistas Joe Lovano e Mark Turner, o trompetista Dave Douglas e o vibrafonista Stefon Harris.
O atual plantel é formado por Miguel Zenón (o único fundador), David Sánchez (sax tenor), Avishai Cohen (trompete), Robin Eubanks (trombone), Warren Wolf (vibrafone), Edward Simon (piano), Matt Penman (baixo) e Obed Calvaire (bateria).
Esta escalação realça, de modo notável, o fato de que o jazz é, cada vez mais, um modo universal de expressão musical, embora cioso de suas raízes afro-americanas. Cinco desses músicos excepcionais não nasceram nem foram criados nos Estados Unidos, embora lá tenham se radicado. Zenón e Sánchez vieram de Porto Rico; Simon é venezuelano; Penman nasceu na Nova Zelândia; Cohen é israelense.
Há 10 anos, sempre na primavera do Hemisfério Norte, o SFJC cumpre o roteiro de criar, ensaiar, interpretar e gravar - além de composições de seus integrantes - arranjos de peças de uma grande figura do jazz moderno. No primeiro ano, o grupo dedicou-se à obra de Ornette Coleman. Nos anos seguintes, os ícones selecionados foram John Coltrane, Herbie Hancock, Thelonious Monk, Wayne Shorter, McCoy Tyner, Horace Silver e Chick Corea.
O CD comemorativo SF Jazz Collective: 10 foi gravado, ao vivo, no auditório do SF Jazz Center, em outubro do ano passado. Custa 10 dólares, e tem 10 faixas, das quais três são reinterpretações de arranjos do celebrado Gil Goldstein, que colaborou com o oiteto no período 2004-2006: And what if I don't, de Hancock; Moment's notice, de Coltrane; When will the blues leave, de Ornette Coleman.
As outras faixas são as seguintes: Alcatraz, de Dave Douglas; Frosted evils, de Matt Penman; Visions, tema de Stevie Wonder, arranjo do vibrafonista Stefon Harris, ex-membro do grupo; San Francisco holiday, de Thelonious Monk, arranjo de Miguel Zenón; Union, de Eric Harland, ex-baterista do SFJC; Lingala, de Zenón; More than meets the ear, do trombonista Robin Eubanks.
O SFJC é, sem dúvida, um dos mais criativos e exigentes combos do jazz contemporâneo. Oferece um refinado menu de iguarias musicais, com dosagem equilibrada entre o in e o out, entre o que está escrito e o que está nos corações e mentes de seus exímios componentes, todos eles de personalidades marcantes