Jovens de várias paróquias e comunidades da região metropolitana do Rio, entre elas Rocinha e Cidade de Deus, do bairro de Santa Cruz, na zona oeste, e de Nilópolis, município da Baixada Fluminense, formarão um grupo de 250 integrantes que vai dançar no palco montado na Praia de Copacabana como parte da programação da missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na terça- feira (23), com a celebração do arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, e na Festa da Acolhida, na quinta-feira (25), que terá a presença do papa Francisco.
Jonathan Rodrigues mora na Vila Paciência, em Santa Cruz, e trabalha na oficina do Circo Social de Santa Cruz. Ele está animado com a participação no evento e disse que em uma das coreografias vai andar de pernas de pau. “Estou gostando muito de mesclar, circo, samba e hip hop”. Para o artista, a jornada vai permitir que o jovem brasileiro mostre o seu talento.
“O Brasil é conhecido como o país do futebol e do carnaval. Neste encontro com o papa os jovens vão mostrar o que, na verdade, a juventude do Brasil tem a oferecer para a JMJ. É muito importante, porque os olhos do mundo estarão virados para Copacabana, e, como jovem, estou gostando muito de participar”, disse.
Para o dançarino Carlinhos de Jesus, que montou a coreografia e está ensaiando o grupo, o trabalho representa um presente de Deus. “Eu estou em um momento muito diferente de toda a minha vida. Eu estou passando por um momento de superação e de reformulação da minha vida. Isto realmente foi um presente de Deus. Ele botou isso no meu caminho. Podia ser outro coreógrafo. Isto caiu no meu colo. É uma missão difícil porque tem que passar pelo crivo da arquidiocese”, disse Carlinhos lembrando da perda do filho Carlos Eduardo Mendes de Jesus, o Dudu, morto a tiros quando saía de um bar em Realengo, na zona oeste do Rio.
O dançarino e coreógrafo informou que nas apresentações serão usadas canções da música popular brasileira, com arranjos do maestro Guto Graça Melo em ritmo de funk, samba, jazz e hip hop. Entre as canções, estão Jesus Cristo, de Roberto Carlos, e Bachianas nº5, de Villa Lobos. “Onde poderia imaginar que um jovem de comunidade dançaria ou ouviria Jesus Cristo, do Roberto Carlos. São pessoas de vários pontos da cidade, de vários níveis sociocultural e econômico envolvidos na fé, com mensagens que não são a dança do funk, não são a dança do samba e não são a dança do jazz. É a mensagem da canção”, ressaltou.
O dançarino adiantou que um dos espetáculos terá uma coreografia que vai representar os continentes e todos se voltarão para o Vaticano. Em outra apresentação, serão representadas as regiões do Brasil. “Na Região Norte vamos fazer uma representação do Círio de Nazaré”, disse Carlinhos de Jesus.