Senador responde a processo por contrato firmado com empresa de informática quando presidia a câmara legislativa do distrito federal luiz orlando carneiro brasília o senador gim argello (ptb-df), que renunciou à relatoria da comissão mista do orçamento, por suspeita de ter beneficiado entidades culturais “fantasmas” com verbas públicas, passou a responder a inquérito, no supremo tribunal federal, por prática de crime previsto na lei de licitações. de acordo com o ministério público, quando o atual senador presidia a câmara legislativa do distrito federal, em 2002, firmou contrato com a empresa ctis “a pretexto de atualizar o seu parque de informática”. o contrato, no entanto, “foi rescindido meses antes do término do prazo de execução, mediante indenização simulada, o que teria resultado na compra direta dos equipamentos”.
A petição assinada pelo então procurador-geral da república, antonio fernando de souza, deu entrada no foro especial do stf em novembro de 2008, mas só na última terça-feira foi autuada como inquérito, pelo ministro-relator do processo, gilmar mendes. argello passou a ter direito ao foro do stf desde julho de 2007, quando assumiu – na qualidade de suplente – a vaga de joaquim roriz, que renunciara ao mandato para escapar de processo aberto no senado por quebra do decoro parlamentar.
Argello – que é o segundo vice-líder do governo no senado, com mandato até 2014 – é também indiciado, no stf, num inquérito aberto, em maio de 2008, por supostos crimes de apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com base em petição apresentada pela procuradoria-geral da república, em maio de 2007. o inquérito está parado desde que o seu relator, ministro eros grau, aposentou-se, em agosto último. no senado – ele deixou a relatoria do orçamento sob suspeita de destinar emendas para entidades fantasmas.