Um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro invadiu, na última quarta-feira (30), assembleia do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), no Instituto Federal Catarinense (IFC). Entre os quatro invasores estava Emilio Dalçoquio, dono de uma transportadora com frota de 600 caminhões. Na reunião, o empresário teceu elogios ao general Augusto Pinochet, ditador que comandou o Chile entre 1973 e 1990.
"Eu defendo Pinochet porque ele matou quem tinha que matar", afirma o empresário. Dalçoquio diz ainda que se "tivessem feito o mesmo que ele [Pinochet] fez aqui no Brasil não haveria isso aí".
O empresário, que diz ser um "gerador de empregos", também fez questão de exaltar o ditador chileno. “Viva Pinochet! Viva Pinochet", bradou. "Quero ver me denunciar! Quero ver ter coragem de me denunciar", completou Dalçoquio.
Mais de 3 mil pessoas morreram durante os anos em que o general Augusto Pinochet permaneceu no poder. Mais de 40 mil foram torturadas.
Em matéria publicada no fim de setembro, a revista The Economist comparou Jair Bolsonaro a Pinochet. "Os brasileiros não devem se enganar. Bolsonaro tem uma admiração preocupante por ditaduras", diz o texto. "A América Latina conheceu homens fortes de todo tipo e a maioria dessas experiências foi horrorosa. Provas recentes disso são a Venezuela e a Nicarágua."
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