O ex-juiz federal e futuro ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou, nesta terça-feira (4), que o ministro extraordinário do governo de transição e futuro ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, goza de sua confiança pessoal. A declaração foi dada quando Moro foi questionado sobre o processo aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, contra Onyx e mais dez parlamentares sobre suposto caixa 2.
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"O que eu tenho, a presente, do ministro Onyx, e isso eu assisti de perto, foi o grande esforço que ele realizou para aprovar as 10 medidas do Ministério Público, ocasião na qual ele foi abandonado pela grande maioria dos seus pares, por razões que não vem aqui ao caso. Mas ele demonstrou naquela oportunidade o comprometimento pessoal, com custo político significativo, para a causa anticorrupção. Então, ele tem a minha confiança pessoal", disse Moro.
Nomes
Moro anunciou mais dois nomes de sua equipe no Governo Bolsonaro. Para atuar como secretário-executivo do Ministério, ele chamou o delegado da Policia Federal e atual secretário Nacional de Justiça Luiz Pontel de Souza.
E para a Senasp - Secretaria Nacional de Segurança Publica - Moro convidou o general Guilherme Theóphilo, que disputou as eleições para o governo do Estado do Ceará pelo PSDB e foi derrotado por Camilo Santana,do PT.
Pontel foi delegado responsável pela primeira prisão do doleiro Alberto Youssef, no caso Banestado. Moro lembrou da longa amizade com o delegado da PF. “Pessoa que conheço há bastante tempo. Ele participou da investigação sobre o caso Banestado. Inclusive foi um dos primeiros responsáveis pela primeira prisão do Alberto Youssef. E naquela época já foi possível constatar a absoluta integridade do delegado Pontel. Sofreu pressões de várias espécies, inclusive tentaram retirá-lo do posto, e atualmente ele é o secretário nacional de Justiça, do Ministério de Justiça. Então já conhece também a estrutura burocrática. Vai se unir ao nosso grupo a partir de janeiro do próximo ano”, completou Moro.
Lula
Questionado sobre o julgamento hoje na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) do novo habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, Moro evitou opinar.
“Isso faz parte do meu passado”, resumiu o futuro ministro da Justiça.