Com o risco da medida provisória da reestruturação do governo perder validade, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez um novo apelo nesta segunda-feira (27) para que o Senado não faça alterações na proposta aprovada pela Câmara.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o presidente considera que, em grande parte, "o texto original foi acatado" e que, neste momento, o Senado deve avaliá-lo "de forma bastante objetiva", dando-lhe celeridade.
Nesta segunda-feira (27), o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), insistiu para que a proposta seja alterada com a manutenção do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) na Justiça. Na semana passada, a Câmara votou por sua devolução para a Economia, como era na administração de Michel Temer.
"O presidente se coloca aberto ao diálogo com todos os parlamentares, incluindo os do seu partido, mas o entendimento dele, neste momento, é de que o Congresso, para acelerar o processo, deve enxergá-lo de uma forma bastante objetiva", disse.
Se o texto for alterado, ele deverá voltar para nova análise da Câmara. A iniciativa perde validade no dia 03 de junho caso não seja apreciada em plenário. Caso ela caduque, o número de pastas ministeriais passará de 22 para 29, como era no governo passado.
Barros afirmou ainda que Bolsonaro "confia plenamente" no presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que a iniciativa "possa ser confirmada e aplicada definitivamente". O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, passou esta segunda-feira (22) articulando a permanência do Coaf na Economia.
A devolução do órgão federal para a Justiça, do ministro Sergio Moro, foi um das principais bandeiras dos protestos realizados neste domingo (26), o que tem pressionado senadores bolsonaristas a votarem pela mudança da proposta.
Desde a derrota na Câmara, o ministro da Justiça tem evitado se expor, para não cair em sua conta a responsabilidade caso a medida provisória expire. Sua equipe tem monitorado a situação, mas também considera arriscada a tentativa de levar o texto de volta para os deputados.
Gustavo Uribe