SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Pelo menos 12 pessoas morreram em deslizamentos após as fortes chuvas que atingiram a região metropolitana do Recife entre a noite de terça-feira (23) e a madrugada desta quarta (24).
O Corpo de Bombeiros de Pernambuco confirmou uma morte no bairro Dois Unidos, no Recife e outras duas em Águas Compridas e duas na Estrada do Passarinho, em Olinda.
Por volta das 10h desta quarta, os bombeiros confirmaram mais três mortes do bairro Caetés, na cidade de Abreu e Lima.
No início da tarde, foi confirmada mais uma morte no bairro de Caetés. Uma vítima chegou a ser retirada dos escombros com vida e foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ainda há uma pessoa soterrada no local.
Também foi confirmada a morte de duas vítimas no bairro Caixa D'Água, em Olinda.
O temporal ainda deixou as principais avenidas da cidade alagadas, derrubou encostas e árvores, causando transtornos para a população do Grande Recife.
Também foram registrados deslizamentos nas cidades de Abreu e Lima e Jaboatão dos Guararapes, mas sem vítimas.
Segundo balanço parcial da Defesa Civil do Recife, foram registrados 101 milímetros de chuvas num período de seis horas. O volume corresponde a oito dias de chuva, segundo a média histórica para o mês de julho, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima) emitiu um alerta para chuvas moderadas ou fortes no Recife nas próximas 24 horas. A Defesa Civil do Recife está de plantão e pode ser acionada através do telefone 0800-0813400.
FAMÍLIA SOTERRADA
Sete pessoas da mesma família, sendo uma delas uma criança de dois anos, ficaram soterradas por cerca de uma hora depois que a casa onde estavam desabou em deslizamento de terra no bairro de Nova Descoberta, na zona norte de Recife.
Vizinhos conseguiram resgatar todos com vida por volta das 4h30 desta quarta. Quatro das vítimas com ferimentos foram socorridos —dois deles, atendidos da UPA, foram liberados.
Luana Vitória Lima do Nascimento e a filha Carla Maria do Nascimento ainda permaneciam no Hospital da Restauração até o início desta tarde —a instituição não informou o estado de saúde, mas vizinhos, em contato com elas, dizem que as duas estão bem, em observação.
Moradores afirmam saber que a área apresenta perigo. “Eles sabem do risco, mas não têm outra opção. Já vi muita tragédia aqui, na década de 90 morreram 11”, diz a moradora Katia Cristina Gomes.
A vizinha Rosecleide Maria da Silva conta que ouviu o barulho da barreira caindo em cima da casa e os gritos de socorro por volta das 4h. “Os bombeiros só chegaram depois de tudo”.
O marido dela foi um dos que ajudaram a socorrer. Os residentes da casa ao lado da que foi soterrada estão desocupando o imóvel que teve a parede derrubada. Mizani Viana morava na outra casa do lado da que foi soterrada também e já está abrigada na vizinha porque o imóvel corre risco de cair. “Comprei a casa por R$ 30 mil há um mês porque não sabia que tinha esse risco, não falaram das mortes no passado”.