O ministro Gilmar Mendes, do STF, deu entrevista à revista "Época" , na manhã deste sábado (2), e despejou uma bomba no colo dos repórteres Kelly Mattos e Luciano Potter. Garante Gilmar que Sérgio Moro, quando juiz da Lava Jato, vazou propositalmente para a imprensa (e o Jornal Nacional fez o papel de porta-voz, como sempre) o conteúdo da delação do ex-ministro do PT Antônio Palocci, ates da votação do segundo turno das eleições, para beneficiar Bolsonaro e prejudicar seu adversário petista Haddad.
Leiamos a declaração de Gilmar:
“Ele (Moro) estava muito próximo desse movimento político [o bolsonarismo], tanto que no segundo turno ele faz aquele vazamento da delação do Palocci. A quem interessava isso? Ao adversário do PT. Depois, ele aceita o convite, que é muito criticado, para ser ministro deste governo Bolsonaro, cujo adversário ele tinha prendido. Ficou uma situação muito delicada, se discute a correição ética desse gesto”.
Os repórteres perguntaram se houve "intenção política premeditada por parte de Moro".
Gilmar:
“A mim me bastam os fatos. O vazamento desta delação naquele momento tinha o intuito que se pode atribuir”.
Gilmar ainda reacendeu o pavio quando lembrou que o ministro Paulo Guedes dissera ter pedido autorização a Bolsonaro para convidar Moro para ser ministro da Justiça “quando ele se tornou o responsável pela economia” — o que ocorreu ainda no primeiro semestre de 2018, portanto bem antes de quando publicamente se ficou sabendo do convite.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: em sendo ministros do TSE, Gilmar e seus pares "puderosos" tomaram que providências para barrar essa aberração?
Cartas para a redação.